Um projeto desenvolvido na Universidade de Brasília (UnB) tem alcançado resultados expressivos no enfrentamento ao Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. A iniciativa utiliza Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), dispositivos que fazem o próprio mosquito espalhar, involuntariamente, um pó larvicida em criadouros próximos, interrompendo o ciclo de desenvolvimento das larvas.
As EDLs, implantadas em parceria entre estudantes e o professor da Faculdade de Medicina, consistem em potes pretos com água e paredes internas revestidas pelo larvicida. A fêmea do Aedes, atraída pelo ambiente favorável para depositar ovos, entra no recipiente, adere ao produto e, ao deixar o local, leva o pó para outros depósitos de água parada, contaminando novos focos do mosquito.
A tecnologia foi inicialmente testada em 2016, em São Sebastião (DF), onde reduziu em 66% a densidade de mosquitos ao longo de um ano. Em 2024, a UnB expandiu a estratégia para o campus Darcy Ribeiro, instalando mais de 600 armadilhas em 12 prédios. Em áreas monitoradas sem o dispositivo, foram encontrados cerca de 300 mosquitos aspirados, número que caiu para aproximadamente 75 nos locais com EDLs, uma redução de 75%.
Apesar dos resultados, os responsáveis pelo projeto destacam que a técnica é complementar a outras ações de combate ao vetor, como uso de mosquitos com Wolbachia, visitas de agentes de saúde, aplicação de inseticidas e campanhas educativas. A participação da população segue como elemento central, já que a maioria dos criadouros está dentro das residências ou nos arredores.
A Secretaria de Saúde do DF reforça que, embora os casos tenham caído significativamente em relação ao ano anterior, as medidas de prevenção continuam essenciais. A pasta mantém também a vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que devem receber duas doses para proteção completa.
Crédito do texto: g1 / TV Globo
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