Para muitas pessoas, manter as unhas grandes, bem cuidadas e esmaltadas é sinônimo de autocuidado e autoestima. Já outras preferem unhas curtas, mas também prezam por mantê-las saudáveis e com as cutículas em ordem. No entanto, há quem não consiga se livrar do hábito de roer as unhas ou de puxar as peles ao redor delas com a boca — um comportamento que, embora pareça inofensivo, pode estar relacionado a questões emocionais mais profundas.
A psicóloga clínica e neuropsicóloga Juliana Gebrim, do Instituto de Psicologia Aplicada e Formação de Portugal (IPAF), explica que roer as unhas é muitas vezes uma resposta automática a situações de ansiedade e estresse, funcionando como uma forma de aliviar a tensão momentaneamente. Já a psicóloga Cibele Santos acrescenta que o ato pode evoluir para uma compulsão conhecida como onicofagia, classificada como um transtorno de controle dos impulsos.
Além de um recurso para lidar com sentimentos desconfortáveis, roer unhas pode ser um comportamento condicionado: ao sentir alívio temporário, a pessoa tende a repetir a ação. Contudo, essa prática pode trazer diversos prejuízos à saúde física e emocional. Entre os riscos estão desgaste e fraturas nos dentes, irritação e inflamação nas gengivas, além da possibilidade de infecções — já que as unhas acumulam germes e bactérias que podem ser levados à boca e até ao sistema digestivo. Também pode haver alterações na microbiota intestinal e ferimentos nos dedos, que facilitam processos inflamatórios.
Especialistas destacam que o impacto emocional da onicofagia também merece atenção. Muitas pessoas sentem culpa, vergonha e frustração, o que alimenta ainda mais a ansiedade. Para romper o ciclo, é possível adotar estratégias como manter as unhas curtas, utilizar esmaltes com gosto amargo, substituir o hábito por atividades como apertar bolinhas de borracha ou praticar exercícios de respiração. Nos casos em que o comportamento está fortemente associado a quadros de ansiedade, o acompanhamento psicológico é essencial para desenvolver formas mais saudáveis de lidar com as emoções.
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Fonte: Metrópoles
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