Psicólogo Volne Pereira: A Morte de um Ente Querido 

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O Dia de Finados teve origem através do abade francês Odilo de Cluny da Ordem Beneditina para unificar as homenagens aos mortos devido que antes ocorria em dias variados. Essa data tornou-se universal na Igreja Católica no início do século XX. No Brasil é feriado nacional desde 2002. 

 “As pessoas não morrem ficam encantadas”, esta frase de um dos maiores escritores da literatura brasileira, o mineiro Guimarães Rosa pode ser analisada como uma metáfora da morte. Há um tabu na sociedade em falar sobre a morte, segundo Hennezel (1997) a morte não é um fracasso ela faz parte da vida, entretanto a sociedade nos ensina a vivenciar as experiências na qual ganhamos: a profissão, a família, o estudo, os relacionamentos e por outro lado não nos ensina a vivenciar as experiências na qual perdemos. Em relação a morte, se limita a pensar quando ela é um fato concreto através da partida de alguém próximo. A não aceitação da morte é porque a tememos, não a controlamos como acreditamos controlar a vida, por isso a ignoramos. 

De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra dor significa uma sensação de sofrimento, angústia, e o ser humano procura evitar ao máximo esta sensação, mas a morte de um ente querido intensifica a mesma. Segundo Guedes (2012), o luto é um processo lento de redefinição do nosso mundo sem a presença de alguém que amamos. Ao discorrer sobre esse tema, emerge nas minhas reminiscências os meus entes queridos: minha amada mãe Maria Helena Pereira a Leninha, o meu tio José Alberto Pereira o Zelberto, e o meu amigo Joseph Cléber Malaquias o Cléber Malaquias. 

A vivência do luto é peculiar a cada sujeito, porém algumas características são comuns a todos: a saudade, os planos que não serão concretizados, a dor pela certeza de não ver mais aquela pessoa, palavras que talvez não tenham sido ditas e que agora não poderão mais serem faladas, ressalta-se que o luto ocorre quando há laços afetivos. Horpaczky (2012), relata que os rituais que a sociedade realiza para o fenômeno morte corrobora no processo do luto. Este autor afirma que ver o corpo da pessoa falecida, pode para algumas pessoas colaborar para começar a superar a perda, bem como o velório e o enterro podem ser situações onde a realidade começa a ser encarada. 

Bowlby conceitua o luto em quatro fases: 

  1. Fase de choque que tem a duração de algumas horas ou semanas, e pode vir acompanhada de manifestações de desespero ou de raiva. 
  1. Fase de desejo e busca da figura perdida, que pode durar também meses ou anos. 
  1. Fase de desorganização e desespero. 
  1. Fase de alguma  organização. 

            É importante enfatizar que para ocorrer o processo do luto, a pessoa tem que aceitar a realidade da perda, pois somente assim o luto pode ser vivenciado e elaborado. A dor deve ser sentida e expressada de todas as formas. É comum as pessoas terem na primeira fase do luto um sentimento de revolta e injustiça. 

De acordo com Emília (2012), geralmente com duas semanas a pessoa começa a restabelecer, algumas já começam a pensar em voltar ao trabalho e assumir suas atividades diárias, por outro lado outras pessoas necessitam de um tempo maior para o retorno da sua rotina de vida. Esta autora destaca que há uma pressão da sociedade para que a pessoa volte o mais rápido possível as suas atividades, e caso ela não esteja apta, pode desencadear um luto mais complicado, com sintomas de depressão sendo necessário o uso de psicofármacos. 

O trabalho do psicólogo diante do luto não é um trabalho isolado, e sim multidisciplinar para a eficácia do tratamento. Portanto o psicólogo necessita compreender a dimensão da morte na vida  da pessoa enlutada, para oferecer o acolhimento e o tratamento psicológico adequado. 

Agendamento:  (31) 996087200 

Atendimento UNIMED: Policlínica MTZ: Rua Claudomiro Cupertino (ao lado do Hospital Wanda Drummond), Centro, Matozinhos/MG. 

Atendimento Particular: Rua Comendador Antônio Alves,1018, Centro, Pedro Leopoldo/MG  

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