Setembro é o mês que destaca a campanha de prevenção do suicídio em todo o Brasil, popularmente conhecido como Setembro Amarelo. Esta conscientização do Setembro Amarelo iniciou-se no ano de 2014, a partir da ação conjunta da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Centro de Valorização da Vida (CVV). A campanha do ano de 2025 tem como tema: “Agir salva vidas”, enfatizando as questões que envolvem a saúde mental, refletindo sobre a cultura do ódio nas redes sociais.
O suicídio é um fenômeno que provoca comoção na sociedade quando ocorre, pois implica no aniquilamento da pessoa que tenta e às vezes consegue, e também nas pessoas próximas que significativamente são afetadas. De acordo com Cassorla ( 1998 ), o suicídio é a manifestação de desinteresse pela vida, uma angústia insuportável e uma falta de vontade de viver.
Dutra ( 2000 ), afirma que a falta de sentido da vida é um fator significativo para uma pessoa se matar. E que o desespero oriundo do contexto psicossocial, faz a morte surgir como a saída do sofrimento. Segundo este autor, muitas pessoas não tem habilidade para lidar com a dor e o sofrimento, tendo uma percepção que há única possibilidade de resolver seus problemas, é eliminando-os consigo mesmas, ou seja, resolver os problemas com a própria morte. Cassorla ( 2004 ), posiciona-se semelhante, pois diante de um sofrimento interno a ideia de morte começa a ser considerada mais interessante do que a própria vida. A pessoa que tenta o suicídio depara com um problema existencial significativo, qual o valor que a vida tem para ela.
O suicídio é um fenômeno complexo, e que exige muito para a sua compreensão, pois são diversos eventos e fatores, tais como: sociais, culturais, biológicos e psicológicos que atravessam a sua constituição. Quando ocorre a tentativa de suicídio, a família na maioria das vezes, não sabe como acompanhar um parente nessa situação, buscam auxílio nos dogmas de uma religião e atendimento dos hospitais psiquiátricos. Ressalta-se que a hospitalização prioriza a medicação, e apresenta poucos recursos para lidar com a vontade de se matar.
A Organização Mundial da Saúde ( OMS ), descreve a questão como um grave problema mundial de saúde pública, e que é cercado de tabus, que precisa ser enfrentado pelas autoridades. Segundo o Ministério da Saúde, a rede pública oferece acompanhamento psicológico e assistência psiquiátrica hospitalar para prevenir suicídios. E também tem um plano de ação chamado “Estratégia de Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio”. Segundo as Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio, dentre os vários fatores de risco para o suicídio, podemos destacar: Transtornos mentais, sociodemográficos, psicológicos, condições clínicas.
Em suma, os principais fatores de risco para o suicídio são: história de tentativa de suicídio e transtorno mental. Portanto, o psicólogo é um profissional da equipe multidisciplinar, que contribui para a prevenção e o tratamento da tentativa de suicídio, acolhendo a pessoa, amenizando o desespero e restabelecendo no mesmo a esperança de que a sua realidade, o “seu mundo” pode mudar para melhor. É importante não estigmatizar a pessoa que tentou suicídio, como um ato de covardia, pois é um ato de uma dor psíquica insuportável e imensurável, a dor do existir.
Agendamento: (31) 996087200
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