Uma investigação das polícias de São Paulo e Minas Gerais desvendou uma quadrilha especializada em fraudes contra seguradoras, que forjava roubos de cargas milionárias em rodovias dos dois estados. O esquema veio à tona após um caminhoneiro, Joel Oliveira, simular o próprio sequestro durante o carnaval de 2024 e denunciar um suposto roubo de uma carga avaliada em R$ 700 mil.
O caso foi registrado em São Vicente (SP), onde Joel procurou a delegacia alegando ter sido rendido por criminosos enquanto descansava num posto de combustível na Rodovia Anhanguera, em São Joaquim da Barra. Ele relatou ter sido sequestrado por dois homens armados após uma mulher, com quem passara a noite na boleia do caminhão, abrir a porta para os assaltantes.
Segundo o caminhoneiro, ele foi mantido em cárcere e só conseguiu escapar horas depois, quando então procurou a polícia. No mesmo dia, o caminhão — sem as retroescavadeiras — foi localizado em Itamogi (MG). Dois homens foram presos no local: Claudinei Grotti Junior e Marcos Eduardo Moura.
Investigação desmascara farsa
Com o avanço das investigações, a polícia descobriu que o trio fazia parte de uma organização criminosa que atuava forjando roubos para aplicar golpes em seguradoras. O grupo identificava cargas com apólices de seguro, simulava assaltos e desviava as mercadorias para revenda.
Mensagens apreendidas pela polícia comprovaram que Claudinei era o mentor da quadrilha, orientando caminhoneiros aliciados — como Joel — sobre como agir e o que declarar às autoridades. Ao todo, 26 boletins de ocorrência suspeitos com características semelhantes foram identificados em delegacias da capital paulista e de outros sete municípios.
“A principal vítima é a seguradora, que arca com o prejuízo das cargas falsas ou desviadas”, destacou o delegado Glauber Simão, responsável pelo caso.
Condenação e defesa
Joel Oliveira, Claudinei Grotti Junior e Marcos Eduardo Moura foram condenados por estelionato e organização criminosa. Apesar da condenação, a defesa dos acusados alega inocência. Os advogados de Joel e Marcos afirmam que seus clientes não integravam a quadrilha. Já o defensor de Claudinei diz que ele está recorrendo da decisão.
A quadrilha fazia parte de um esquema maior que também já revelou casos de acidentes forjados, roubos simulados e até mortes falsas para conseguir pagamentos milionários de indenizações.
📷 Reprodução/TV Globo – Fantástico
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