Uma pesquisa realizada pela Quaest e divulgada neste domingo (2) revela que, apesar de 64% dos moradores do estado do Rio de Janeiro considerarem a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha como bem-sucedida, 52% deles relatam uma sensação de insegurança após a ação. Os dados mostram que 35% se sentem mais seguros, enquanto 13% não souberam ou não responderam.
Felipe Nunes, diretor da Quaest, comentou que, mesmo com a aprovação da operação por parte da maioria, ela não conseguiu melhorar a sensação de segurança entre os moradores, destacando que 60% das mulheres se sentem inseguras em comparação a 44% dos homens. Além disso, a pesquisa indica que a insegurança é mais intensa entre os jovens, com 61% se sentindo inseguros, seguidos por 53% dos maiores de 51 anos e 48% dos que têm entre 31 e 50 anos.
A pesquisa, realizada entre os dias 30 e 31 de outubro, contou com 1,5 mil entrevistas domiciliares em diversas regiões do estado. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%. A operação resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, sendo a mais letal da história do estado, e a grande maioria dos entrevistados (98%) tinha conhecimento sobre o evento.
Além disso, a pesquisa aponta que 87% da população acredita que o estado do Rio de Janeiro vive em uma situação de guerra, com 74% temendo uma possível reação do crime organizado em resposta à operação. A percepção de que a Polícia Militar do Rio não possui capacidade para combater o crime organizado sozinha foi expressa por 62% dos entrevistados. Nunes ressalta que, apesar do sentimento de viver em um contexto de guerra, a população não confia plenamente na habilidade da polícia para protegê-los.
Quanto à preparação para um confronto armado, a pesquisa indicou que 48% da população acredita que as forças policiais estão tão preparadas quanto as facções criminosas, que foram avaliadas por 44%. Por fim, 53% dos moradores consideram que o governo federal tem contribuído pouco ou nada no combate às organizações criminosas.
Fonte: g1. Crédito da foto: Quaest.
