Os incêndios que têm afetado Belo Horizonte e cidades da Região Metropolitana nas últimas semanas geraram impactos significativos, além da destruição ambiental. A fumaça resultante das queimadas tem se espalhado pelas áreas urbanas, afetando a qualidade do ar e provocando um aumento nos casos de doenças respiratórias. Em algumas localidades, as chamas chegaram perigosamente perto de residências, comércios e até hospitais.
Equipes dos Bombeiros e brigadistas têm trabalhado ininterruptamente no combate ao fogo, tanto em áreas rurais quanto em terrenos urbanos. O forte odor de fumaça tem causado sintomas respiratórios em muitos moradores. Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte revelam que, em setembro, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os centros de saúde da capital registraram 47.584 atendimentos relacionados a doenças respiratórias. O cenário foi ainda mais alarmante em agosto, com 55.429 registros.
A fuligem que se dispersa pelo vento após as queimadas é composta por partículas minúsculas e tóxicas que podem invadir as vias aéreas, causando inflamações e resultando em crises de asma, bronquite, chiado no peito, falta de ar, além de irritação nos olhos e na garganta. Profissionais de saúde recomendam evitar atividades físicas ao ar livre em dias de baixa umidade ou alta concentração de fumaça, manter-se hidratado e utilizar umidificadores ou panos úmidos para proteger o ambiente interno.
A médica pneumologista Michele Andreata alerta que a fumaça tóxica dos incêndios pode agravar problemas de saúde já existentes. Ela destaca que a fumaça contém principalmente fuligem, monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, gases que são altamente tóxicos. Para aqueles que já sofrem de hipertensão, a exposição a esses gases aumenta o risco de infarto e AVC. A inalação de tais substâncias pode comprometer o transporte de oxigênio no sangue, elevando o risco de doenças cardiovasculares. Crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes são os mais vulneráveis, mas toda a população deve adotar medidas de prevenção.
A médica recomenda que, ao perceber a fumaça nas proximidades, as pessoas fechem janelas e portas para impedir a entrada do ar poluído. Além disso, o uso de umidificadores é aconselhável, e, se não for viável, toalhas úmidas ou baldes de água podem ajudar a melhorar a qualidade do ar interno.
Crédito da foto: TV Globo
Fonte: g1