Quimioterapia afeta o cérebro? pesquisa investiga impactos cognitivos do tratamento contra o câncer

Por Dentro De Tudo:

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A Faculdade de Medicina da UFMG está conduzindo um estudo que busca entender como a quimioterapia pode impactar o funcionamento do cérebro. O projeto, liderado pelo Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM), procura voluntários com idades entre 18 e 59 anos que ainda não tenham iniciado o tratamento quimioterápico, mas que tenham previsão para começá-lo.

O objetivo da pesquisa é identificar possíveis alterações neurológicas causadas pela quimioterapia, com o intuito de desenvolver estratégias que tornem o cuidado mais humano e melhorem a qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa também visa auxiliar os profissionais de saúde e os próprios pacientes a se prepararem melhor para os desafios do tratamento.

Os voluntários participarão de entrevistas e serão submetidos a exames, incluindo técnicas avançadas de imagem cerebral. As avaliações acontecerão presencialmente em Belo Horizonte, e os interessados devem entrar em contato por WhatsApp ou e-mail.

A pesquisa segue normas éticas rigorosas, garantindo sigilo e respeito à privacidade dos participantes.

Entre os efeitos da quimioterapia que estão sendo estudados estão problemas de memória, atenção e concentração, que afetam entre 17% e 75% dos pacientes. Embora para alguns esses problemas sejam temporários, para outros podem persistir por anos. A causa desse comprometimento cognitivo ainda não está completamente esclarecida, mas uma teoria sugere que a quimioterapia pode ativar excessivamente as células da glia, responsáveis pela proteção dos neurônios, levando à liberação de substâncias inflamatórias que prejudicam o cérebro.

Com a pesquisa, os cientistas esperam trazer mais compreensão sobre esses efeitos e, assim, contribuir para um tratamento mais eficaz e acolhedor para os pacientes com câncer.

Fonte: O Tempo

Foto: Rogério Reis / Ministério da Saúde

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