Recorde: quase 72 milhões de brasileiros estão inadimplentes

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Quarenta e três por cento dos adultos brasileiros estão inadimplentes, o maior índice desde o início da pesquisa em 2015. Amanda da Silva Avelar, dona de casa, enfrenta dificuldades financeiras e está sem emprego há quatro anos, o que tornou o pagamento das contas básicas um desafio. Ela relata que as despesas com luz e mercado estão exorbitantes, especialmente com uma criança em casa. A família de Amanda se encontra em um ciclo de endividamento, que reflete uma realidade maior, com quase 72 milhões de pessoas no Brasil com boletos vencidos.

Esses dados fazem parte do Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, elaborado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e pelo SPC Brasil. Além do aumento no número de inadimplentes, o tempo em que as pessoas permanecem com contas atrasadas também cresceu, com um aumento de quase 40% nos pagamentos em atraso de 3 a 4 anos em apenas 12 meses. Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, explica que a taxa de juros elevada e a inflação, especialmente nos alimentos, têm limitado o espaço das famílias para realizar novas compras ou quitar dívidas já existentes.

A pesquisa revela que três em cada dez consumidores deixaram de pagar contas de até R$ 500, com a maior concentração de inadimplentes na faixa etária de 30 a 39 anos. Merula destaca que, nessa faixa, as pessoas geralmente possuem imóveis e carros financiados, além de arcar com a educação dos filhos, o que aumenta a pressão financeira.

A empreendedora Roberta Trevezani Costa também enfrenta dificuldades. Após perder o emprego formal, ela começou a vender doces para gerar alguma renda. Roberta relata que, para pagar o cartão de crédito, precisou recorrer a empréstimos, o que resultou em um ciclo de endividamento. No entanto, após algumas tentativas, ela encontrou um caminho promissor em sua nova atividade.

Merula Borges aconselha que não se deve usar um cartão de crédito para pagar outro, além de sugerir a redução do número de cartões e a saída de grupos de promoções como formas de controlar os gastos e evitar a inadimplência.

Reprodução/TV Globo
Fonte: g1.globo.com

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