Desde os 45 anos, a pensionista Iliana de Fátima dos Santos, hoje com 66, é hipertensa e diabética. Fora a aplicação da insulina duas vezes ao dia, ela toma sete comprimidos diferentes para o seu tratamento. Quando não encontra os medicamentos no centro de saúde ou na Farmácia Popular, ela tem que recorrer às drogarias. “Tem pesado muito nas contas. Quando eu preciso comprar tudo, deve dar uns R$ 500. Se eu ficar sem, passo mal. Tenho que tomar todos”, conta. Desde abril, a situação dela e de outros brasileiros ficou ainda mais difícil: passou a valer o reajuste de 5,6% sobre os medicamentos, autorizado pelo governo. O aumento impacta nos preços de mais de 13 mil remédios.
Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o aumento, em tese, já está sendo repassado ao consumidor. “A rede tem a liberdade para adotar as políticas comerciais e de descontos que acharem mais conveniente”, explicou a associação.
Com a temporada de frio, aumenta a procura por medicamentos para doenças respiratórias, como sinusite, bronquite, asma e afins. E os brasileiros já estão adotando algumas estratégias para driblar a alta dos preços: em 2023, cerca de 82,13% passaram a considerar o valor dos medicamentos como principal pré-requisito para a escolha da farmácia. Este número era de 79,9% em 2022. Os dados são de um estudo da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), por meio do IFEPEC em parceria com o Instituto de Economia da Unicamp.
Segundo o consultor e educador financeiro Silvio Azevedo, de 34 anos, a principal dica para economizar é fazer como a Iliana e conferir antes se o medicamento é ofertado pela Farmácia Popular. O programa do governo oferece remédios gratuitos ou com desconto de até 90%. Há remédios para o tratamento da diabetes, asma, hipertensão, dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepção, além de fraldas geriátricas.
Mas se o remédio não estiver disponível pelo programa, é possível solicitar o desconto de laboratório, lembra o consultor. “Um medicamento de R$ 150 pode sair por R$ 90. Há descontos de 30% a 40%. Você pode se cadastrar na hora com a ajuda do atendente”, explica Azevedo.
Pesquisa ainda é a melhor saída para aliviar o bolso
Bater perna em busca de preços mais convidativos, indo de farmácia em farmácia, também pode garantir descontos. “Tem variação de preço entre farmácias de Belo Horizonte que chega a 100%”, diz o educador financeiro. Outra solução apontada por ele é comprar medicamentos genéricos, que garantem ação igual, mas por até a metade do preço.
Uma estratégia pouco utilizada, mas que pode aliviar o bolso, é conferir se algum serviço contratado, como seguros ou convênios de saúde, te garante benefícios de um clube. Os descontos podem chegar a 85% em estabelecimentos credenciados. “Alguns planos de saúde concedem direito à farmácia. Eu fui comprar uma pomada antibiótica para o meu filho, que custava R$ 36 e saiu por R$ 30. É sempre bom conferir”, diz Azevedo.
É importante ressaltar ainda, que existe uma lista de medicamentos que devem existir, por lei, em sua forma fracionada, seja em frasco-ampola, sachê, envelope, blister, strip ou seringa preenchida. Além do melhor custo-benefício para o consumidor, segundo o Ministério da Saúde o fracionamento evita as sobras de medicamentos e possibilidade de intoxicações com automedicação, além de reduzir o impacto ambiental com o descarte.
Veja 7 dicas de como economizar na conta da farmácia:
- Confira se o medicamento é oferecido pela Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos ou com descontos de até 90%
- Se cadastre nos laboratórios que produzem o remédio, o que pode garantir entre 30% e 40% de desconto. Algumas farmácias ajudam o cliente nessa tarefa
- Compre medicamentos genéricos, que têm o mesmo efeito, mas saem pela metade do preço
- Confira se algum serviço contratado por você, como convênio de saúde, não garante desconto em medicamentos em farmácias credenciadas
- Veja se existe a possibilidade de você comprar o medicamento fracionado
- Compre somente o essencial na farmácia
- Mantenha hábitos saudáveis
Fonte: O TEMPO.