Com a vacinação contra a covid-19 alcançando novas faixas etárias em Minas Gerais, algumas dúvidas têm sido despertadas em relação a imunização. A médica infectologista Adriana Cunha tirou algumas dessas dúvidas.
A primeira delas é se alguém que está tomando antibiótico pode tomar a vacina contra o novo coronavírus. “O uso de antibióticos não tem interferência direta na vacina contra o coronavírus, isso porque os antibióticos são feitos para tratar bactérias, é uma outra espécie de agente infeccioso e não os vírus. O grande problema de se usar um antibiótico sem necessidade é que a gente cria uma resistência das bactérias ao medicamento e aí a gente vai ver surgir as superbactérias, as bactérias multirresistentes, quanto mais antibióticos a gente usa maior a chance da gente estar criando bactéria multirresistente. A outra coisa é que os antibióticos podem ter efeitos colaterais e aí se a gente se toma eles depois da vacinação a gente fica sem saber se é alguma reação à vacina, se é alguma outra doença ou se é ainda o efeito colateral do remédio que está sendo usado.”
A médica explica que apenas medicamentos imunossupressores podem interferir no efeito da vacinação. “A princípio as medicações que poderiam interferir na eficácia da vacina e aí não é só do coronavirus, é qualquer vacina, são muito supressores, porque as vacinas são pedaços dos microrganismos, dos agentes, ou inteiros ou do vírus vivo atenuado, que são injetados para que o corpo reconheça e crie uma reação imune a eles quando a gente tiver o contato com a doença mesmo. Quando a imunidade está diminuída pelos imunossupressores é possível que a reação à vacina seja menos eficaz, o que não quer dizer que as pessoas que usam essas medicações não devem ser vacinadas, devem, mas é preciso que seja consultado com o médico que é responsável por elas.”remedio
A infectologista destaca ainda que a segunda dose é muito importante e não deve ser tomada fora do prazo. “Principal cuidado que a gente precisa ter em relação a vacina é ir tomar e não perder o prazo da segunda dose. Esse prazo é importante porque a primeira dose apresenta o vírus e a segunda a gente chama de buster, ela dá uma outra acordada no sistema imune para vacinas ser mais eficaz. No caso das pessoas que tiveram covid, o ideal é que se aguarde quatro semanas para tomar vacina e é preciso que as pessoas saibam que podem sim ocorrer efeitos colaterais depois da vacinação, existem sintomas que podem acontecer, que são normais e que se persistirem é preciso que seja consultado o médico.”