Os congados e reinados, manifestações culturais profundamente enraizadas na história de Minas Gerais, foram recentemente declarados patrimônio cultural imaterial do estado. Essa celebração popular, que remonta ao período da escravidão, é um símbolo de resistência e devoção, integrando tradições religiosas africanas com elementos do catolicismo.
Essas festas religiosas têm suas origens em uma parte da África, onde os súditos realizavam cortejos ao rei do Congo. Com a chegada dos tambores e cantos ao Brasil por meio do tráfico negreiro, as tradições foram adaptadas, incorporando elementos do catolicismo como uma forma de sobrevivência cultural e espiritual. O sincretismo religioso, então, permitiu que as devoções a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia fossem preservadas, criando um espaço para que os escravizados mantivessem suas crenças apesar das restrições impostas pela Igreja Católica.
Hoje, mais de 900 guardas de congados e reinados estão espalhadas por Minas Gerais, organizando cortejos, danças e visitas às casas das comunidades locais, levando música, oração e uma rica tradição cultural. Os participantes, divididos em grupos como dançantes, capitães, reis e rainhas, vestem-se com camisas, capas, chapéus, espadas e lenços, mantendo viva uma herança que é tanto uma expressão de fé quanto um lembrete da história de resistência dos afrodescendentes no Brasil.
A declaração dos congados e reinados como patrimônio imaterial ressalta a importância de preservar e celebrar essas manifestações culturais, que continuam a desempenhar um papel vital na identidade e na memória coletiva de Minas Gerais.
Fonte: g1, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha)
















