segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Secretário de Saúde sobre bactéria: ‘Fechar escola não é recomendado’

Por Dentro De Tudo:

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Em Minas Gerais, a bactéria streptococcus A ou Streptococcus Pyogenes, normalmente encontrada na pele e em vias respiratórias de pessoas saudáveis, tem causado problemas leves de saúde, como amigdalites. Em ocasiões raras, o microorganismo quebra barreiras imunológicas do corpo e chega na corrente sanguínea ou nos pulmões.
No início desta semana, o município de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, passou a enfrentar um problema de saúde pública, com diversas crianças apresentando sintomas de amigdalite, febre e problemas na pele. Esses são indicativos de uma possível infecção pela bactéria streptococcus A, porém, caso confirmada, o tratamento é feito com antibióticos amplamente utilizados, impedindo que o quadro fique grave. 
A crise na cidade também se instalou após a associação de tais sintomas com a morte de três crianças em menos de um mês. Os óbitos estão sendo investigados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e ainda não há resultado dos exames para identificar a bactéria como causa das mortes. 
O medo da infecção se espalhar motivou o fechamento de escolas municipais em, pelo menos, seis cidades: São João del-Rei, Conceição da Barra de Minas, Santa Cruz de Minas, Ritápolis, Tiradentes e Felício dos Santos, sendo esta última no Vale do Jequitinhonha. 
Na tarde desta sexta-feira (27/10), o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, conversou com o Estado de Minas sobre o cenário das infecções em Minas Gerais. 

Confira:

Qual o cenário do problema no estado?
O Streptococcus A é comum na pele e na boca. O grande problema, em São João del-Rei, foi relacionar os três óbitos com a bactéria, e nenhum deles teve a confirmação. O único caso foi de uma criança internada, que já teve alta. Agora, há preocupação generalizada em cima de uma infecção comum, de baixíssima letalidade. Não tem nova bactéria. 
Suspender aulas e desinfectar escolas é eficiente?
Não, fechar não é recomendado, já que a bactéria faz parte do corpo das pessoas. No momento que retomar as atividades, ela volta para a escola. A transmissão não se dá porque o streptococcus está no chão ou paredes. Ele está na saliva, nas gotículas, transmite pelo contato próximo entre pessoas. 
Se não fecha escolas, faz o quê?
Para reduzir a infecção, a única ação é, realmente, orientar pais a não levarem filhos com sintomas para a escola, para evitar contágio de outras. São indícios: escarlatina, língua em framboesa, amigdalite e febre. Além disso, treinar trabalhadores da saúde para dar o diagnóstico precoce de infecção e tratar com antibiótico. 
O que o Estado está fazendo?
A maior ação é reduzir o pânico causado. Estamos buscando a sensibilização da população e nivelamento com a situação. Em São João del-Rei, equipes estão fazendo o trabalho de conscientização e capacitação de médicos, para que se inicie o tratamento o mais rápido possível.
O que é um surto?Surto é quando tem maior número de casos do que o esperado pelo histórico de prevalência dessa doença. A escarlatina em crianças é comum, não há um aumento inesperado. Surto não é caracterizado só por ter muitos casos, é porque tem mais casos que o habitual. Isso ainda não aconteceu.  
O que mais os pais podem fazer?
Grande parte das infecções bacterianas graves são evitadas com vacinas. Meningite e pneumonia são exemplos de doenças muito mais letais. Os cartões devem ficar em dia, porque as piores bactérias têm prevenção. Ainda assim, diversos pais não levam os filhos para vacinar.

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