Um estudo internacional com participação de pesquisadores da Unicamp, UFRGS e instituições da Austrália e da França revelou um dado preocupante: o nível de força muscular de crianças e adolescentes caiu drasticamente nas últimas décadas, como resultado do sedentarismo e do uso excessivo de telas. A pesquisa, que analisou publicações científicas entre 1978 e 2024, foi publicada na revista Conexões, da Faculdade de Educação Física da Unicamp.
Segundo os especialistas, a chamada dinapenia infantil — perda de força muscular antes associada à terceira idade — está se tornando comum entre os jovens, agravada ainda mais pelo isolamento social na pandemia de Covid-19. Com menos tempo ao ar livre e menos brincadeiras físicas, os reflexos incluem risco precoce de obesidade sarcopênica, osteopenia, distúrbios cardiometabólicos e dificuldades no desenvolvimento motor.
Simples testes, como suspensão em barras ou saltos, já indicam um declínio expressivo da força muscular entre os mais jovens. Para os pesquisadores, esse é um alerta importante: se uma criança evita se movimentar, prefere telas e sente dificuldades em tarefas motoras básicas, é essencial buscar orientação profissional.
Os autores destacam que o treinamento de força, quando feito de forma lúdica, segura e orientada, pode ser extremamente benéfico desde a infância — ajudando não só na saúde física, mas também na autoestima, postura, controle motor e prevenção de lesões. Um exemplo citado é o método FIT (Fundamental Integrative Training), que utiliza movimentos inspirados em animais para trabalhar a musculatura de forma divertida.
Ainda assim, o acompanhamento de educadores físicos e pediatras é essencial para garantir segurança e adaptação às condições de cada criança, inclusive as mais sedentárias ou com sobrepeso. Os mitos de que treinamento de força prejudica o crescimento também são descartados pelos pesquisadores.
Crédito da imagem: TV Brasil / Reprodução
Fonte: Rádio Itatiaia / Maria Fernanda Ramos
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