Segundo pesquisa; Sete Lagoas é uma das piores cidades para ser mulher

Por Dentro De Tudo:

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Um estudo recente, publicado no dia 8 de março, da consultoria socioambiental Tewá 225 acende um sinal de alerta em Sete Lagoas sobre a situação da mulher no município. A análise, que avaliou 319 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes com base nos indicadores de igualdade de gênero do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da ONU, posiciona Sete Lagoas como a sexta pior cidade para mulheres em Minas Gerais.

A cidade figura como a 6ª pior no ranking de Minas Gerais – Reprodução/Internet

O levantamento não poupou nenhuma cidade, classificando alarmantes 85% dos municípios analisados em níveis “muito baixos” de igualdade de gênero. No ranking geral, que ordena as cidades do pior para o melhor índice, Sete Lagoas amarga a 67ª colocação. Em Minas Gerais, a cidade fica atrás de Araxá, Ituiutaba, Sabará, Poços de Caldas e Varginha, mas precede grandes centros como Juiz de Fora, Betim, Governador Valadares, Contagem, Ribeirão das Neves e até mesmo a capital Belo Horizonte, que figura na 276ª posição geral.

O índice utilizado pela Tewá 225, com uma escala de 0 a 100, considerou variáveis cruciais para a avaliação da condição feminina nos municípios, incluindo: taxa de feminicídio a cada 100 mil mulheres, desigualdade salarial por sexo, percentual de mulheres na câmara de vereadores (ciclo legislativo 2020-2024), taxa de jovens mulheres (15 a 24 anos) que não estudam nem trabalham e a diferença percentual entre homens e mulheres que não estudam nem trabalham.

Sete Lagoas obteve uma pontuação de apenas 30,4 pontos, enquadrando-se na faixa de desempenho “muito baixa”. Os piores indicadores para o município foram a alarmante taxa de feminicídio e a ínfima representatividade feminina na câmara de vereadores.

Os dados referentes ao ciclo legislativo de 2020 a 2024 já indicavam uma baixa participação feminina no legislativo municipal, com apenas 4 mulheres entre os 17 vereadores. A situação se deteriorou no cenário atual, com a ampliação do número de cadeiras para 19, mas com apenas duas sendo ocupadas por mulheres.

No que tange à violência de gênero, a situação em Sete Lagoas é igualmente preocupante. Neste ano, a cidade já registra um caso de feminicídio consumado e duas tentativas, conforme informações apuradas. A Polícia Civil informou que as investigações sobre o caso de feminicídio estão em andamento.

Maria Paula Monteiro, publicou em suas redes sociais sobre o estudo, e em uma conversa com a nossa reportagem alertou para a “contínua ineficácia do poder público para lidar com a violência de gênero”. Ela ressaltou que a existência de órgãos como o Conselho da Mulher, a Secretaria Municipal da Mulher e a Casa de Acolhimento, inaugurada no ano passado, não se traduz em resultados efetivos sem “políticas de fortalecimento, financiamento e articulação desses serviços com os outros do município”.

Maria Paula enfatizou a necessidade de um diagnóstico completo da realidade das mulheres em Sete Lagoas, abrangendo aspectos como escolaridade, acesso ao mercado de trabalho, transporte público e creches.

“Sem isso, as tentativas de ‘sanar’ o problema sempre vão ser frustradas e com pouquíssimo alcance. Todas essas questões perpassam o tema da violência de gênero, que também nunca pode ser pensada sem levar em conta as interseções de raça, sexualidade e classe”, concluiu.

A análise da Tewá 225 foi conduzida com base no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR 2024), utilizando dados concretos para delinear um panorama da desigualdade de gênero nos municípios brasileiros.

Piores Cidades Para Ser Mulher

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