Teve início na manhã desta segunda-feira (6), o julgamento de um dos seguranças da boate Hangar 677 suspeitos de terem asfixiados até a morte, em 2017, o fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, à época com 25 anos. Delmir Araújo Dutra se senta no banco dos réus e segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, além de se colocar no local do crime como uma força reserva pronta para agir contra a vítima em caso de necessidade, Delmir teria instigado os colegas seguranças a agredirem a vítima.
Para esta segunda-feira também estava previsto o julgamento do segurança Fabiano de Araújo Leite, que teria participado da abordagem do fisiculturista, mas o Forúm Lafayette informou que ele está com sintomas de Covid-19 e por isso uma nova data será remarcada e o processo será desmembrado.
O julgamento é formado por sete jurados sendo quatro homens e três mulheres. Espera-se que dez testemunhas de defesa e acusação estejam presentes, mas com o desmenbramento do processo, o Fórum informou que nem todas devem ser ouvidas nesta segunda-feira.
Três seguranças seguranças já foram condenados pelos menos em primeira instância pela morte de Allan Pontelo. Os seguranças William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares foram condenados a 15 anos de prisão em 2020. Já o segurança Paulo Henrique Pardim de Oliveira foi condenado em novmebro do mesmo ano a 11 anos de prisão em primeira instância.
Relembre
As investigações apontam que a morte do fisiculturista Allan Pontelo ocorreu após uma ação truculenta dos indiciados, que teriam flagrado a vítima com drogas. Na conclusão da polícia, os seguranças viram o fisiculturista no banheiro e disseram que ele estaria comercializando drogas. Ele foi levado para uma área restrita da boate onde apanhou até a morte. O caso ocorreu no dia 2 de setembro de 2017.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ao se recusar passar pela revista, Allan foi espancado violentamente, com socos e chutes, imobilizado e estrangulado até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa da morte “asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço”, além de diversas lesões no corpo.
O MPMG também entendeu que os funcionários da boate Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Araújo Leite participaram do crime. Os dois estavam armados no local da revista, “como força reserva, prontos para interferir para garantir o êxito da ação da criminosa”. Os dois funcionários, no entanto, ainda serão julgados.