Alice, uma bebê de apenas 2 meses, está internada desde o dia 1º de maio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, enquanto aguarda há sete dias uma vaga em hospital com estrutura adequada para tratar a bronquiolite que a acomete. A situação da criança se agrava a cada dia, e a transferência ainda não foi possível devido à superlotação da rede hospitalar mineira.
A crise no sistema de saúde ocorre em meio ao decreto de situação de emergência do governo de Minas Gerais, por conta do aumento expressivo dos casos de doenças respiratórias entre crianças. O caso de Alice acende um alerta, especialmente após a morte de uma menina de 1 ano em Pedro Leopoldo, também à espera de uma vaga hospitalar, na última semana.
O pai da bebê, Rafael Souza Figueira, contou à reportagem que a filha deu entrada na UPA com tosse e catarro, e foi rapidamente diagnosticada com bronquiolite. “Ela está respirando só com a ajuda do oxigênio e piorando a cada dia. Chegou a desmaiar, ficou roxa. É desesperador. A UPA tenta transferir, mas não há hospital que aceite”, relatou, emocionado.
Segundo Rafael, os profissionais da unidade têm sido atenciosos, mas ele teme pelas condições limitadas do local diante da gravidade do quadro. “Não posso reclamar do atendimento aqui, mas minha filha precisa de um hospital com mais recursos. O sentimento é de impotência total. Tenho que trabalhar, mas minha cabeça está no hospital”, desabafa.
A reportagem procurou a Prefeitura de Ribeirão das Neves, responsável pela administração da UPA Justinópolis, e o Governo de Minas, que gerencia o sistema de regulação de vagas. Até o momento da publicação, nenhum dos órgãos havia se pronunciado.
Foto: Reprodução/Google Street View e Arquivo Pessoal/Divulgação
Fonte: O Tempo — Reportagem de Raquel Penaforte e José Vítor Camilo
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