A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta quinta-feira (7/11) a segunda fase da Operação Hard Times, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso especializado no golpe da falsa portabilidade de empréstimos. A investigação teve início em 2023, quando um servidor público de Taguatinga, no Distrito Federal, recebeu uma proposta vantajosa de portabilidade de seu empréstimo consignado. Após transferir a quantia solicitada, a vítima descobriu que havia sido enganada, ficando com um prejuízo aproximado de R$ 200 mil.
A operação, conduzida pela 17ª Delegacia de Polícia de Taguatinga Norte, contou com o apoio das polícias civis de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Durante a ação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Viçosa (MG).
Primeira fase da operação
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, a PCDF prendeu 11 pessoas em três estados e desarticulou uma central telefônica com estrutura empresarial localizada em São Paulo. A capital paulista era o centro de operações do esquema, a partir do qual os golpistas enganavam vítimas de todas as partes do país. A equipe de investigação também sequestrou R$ 2 milhões de contas bancárias dos suspeitos.
Como funciona o golpe
Após a primeira fase, novas diligências levaram à identificação da estrutura de atuação do grupo criminoso, que estava dividido em três núcleos interligados. O primeiro grupo era responsável por entrar em contato com as vítimas e oferecer condições vantajosas para a falsa portabilidade dos empréstimos.
Convencidas, as vítimas forneciam seus dados para um segundo grupo de correspondentes bancários, que realizava o lançamento da proposta junto às instituições financeiras. O empréstimo era então liberado nas contas das vítimas. Nesse momento, o primeiro grupo entrava em contato novamente com a vítima e a convencia a transferir os valores para falsas financeiras que, alegadamente, seriam responsáveis pela quitação do empréstimo.
O terceiro núcleo do esquema era encarregado de diluir os valores depositados nas contas das falsas financeiras, para então distribuir o montante entre os demais envolvidos na operação criminosa.
Consequências legais
De acordo com a PCDF, os suspeitos responderão pelos crimes de estelionato (fraude eletrônica), organização criminosa e lavagem de capitais. Caso sejam condenados, os envolvidos poderão cumprir penas de até 26 anos de prisão. A polícia segue com as investigações para identificar outros membros da organização criminosa e possíveis novas vítimas do golpe.
A Operação Hard Times segue em andamento, com a intenção de desmantelar toda a rede envolvida no esquema de fraudes financeiras.