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Sete-lagoana relata racismo em boate de São Paulo: ‘Fui acusada de roubar um celular’

Por Dentro De Tudo:

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A mineira Fabrícia Barbosa de Souza, de 25 anos, relata que sofreu um ataque racista na madrugada deste domingo (14) em uma boate localizada no bairro Jardim Paulista, na região Oeste de São Paulo.

Durante viagem à capital paulista, a administradora, que é de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, foi até a casa noturna Bofetada com um grupo de amigos. Ela conta que, durante a noite, foi agredida por um dos frequentadores e acusada de roubo.

“Ele falou que roubei o telefone e começou a gritar. E eu falei que não tinha pegado. Chegou um rapaz desconhecido e tentou me ajudar. Nisso, ele continuava me acusando, dizendo ‘olha para a cara dela, ela roubou meu celular'”, relembra Fabrícia.

Segundo a administradora, o rapaz ficou mais alterado e puxou o braço dela, enquanto a mandava “devolver o telefone”.

“Ele estava muito agressivo. Ele tentou me coagir na parede, enquanto isso, um rapaz desconhecido tentava intervir sem deixar que ele encostasse em mim”, conta.

A jovem diz que, após a confusão, os seguranças da casa se aproximaram e tentaram amenizar o ocorrido.

Vítima fala em falta de apoio

Fabrícia explica que ela e o frequentador foram retirados da casa e levados para o lado de fora. Neste momento, ela disse que chamaria a polícia, mas os seguranças tentaram relativizar a situação, dizendo que não era necessário.

“Falaram que era assim mesmo, que não precisava [acionar a polícia]. O cara continuou falando que eu roubei enquanto estava perto dos seguranças, e eles conversavam normalmente como se nada tivesse acontecido”, diz a administradora.

Em seguida, um dos amigos do frequentador chamou um carro de aplicativo para que ele fosse embora do local.

“O amigo dele estava lá fora, chegou um carro, o segurança da boate colocou ele dentro do veículo e foi embora. Simplesmente assim. A boate deu zero suporte para a gente, deram suporte para ele”.

Fabrícia afirma que ainda não registrou boletim de ocorrência do caso junto à Polícia Militar, mas que vai fazer a denúncia em breve. Ela não conseguiu a identificação do frequentador que a acusou de roubo. “Amanhã vou abrir o boletim em Minas Gerais”, conta.

O que diz os envolvidos

O proprietário da boate Bofetada disse que o suspeito foi levado pelos seguranças até o carro do aplicativo para evitar algum tipo de linchamento.

“Eu disse para ela chamar a viatura da Polícia Militar sob acusação de injúria e difamação e, logo quando chegasse, comunicasse os seguranças para retirar a pessoa que a acusou”, explica Fábio.

“A parte que acusou a menina foi diretamente para o Uber com um segurança, para evitar qualquer tipo de linchamento em frente à balada, já que não havia nenhum policial pra conduzir as partes até a delegacia”, diz.

“A casa Bofetada Club nunca, e jamais irá, compactuar com qualquer caso de descriminação. Muito pelo contrário, prezamos a segurança de todos. E temos isso como um símbolo de luta pintado em nossas paredes”, afirma o proprietário, referindo-se a uma arte em grafite da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, desenhada na parede da casa.

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