Os números de atendimentos de ocorrências de incêndios florestais na região de Sete Lagoas, área central do Estado, aumentaram em 15,8%, entre abril e agosto de 2021. O comparativo é em relação ao mesmo período de 2020, segundo a 5ª Cia. Independente do Corpo de Bombeiros.
O órgão, que é responsável por cuidar das ocorrências de Sete Lagoas e outras 14 cidades da região, informou que de janeiro a agosto, foram contabilizadas 523 ocorrências de incêndios florestais.
O 2º Tenente da 5ª Ciompanhia Independente em Sete Lagoas, Douglas William Araújo da Silva, reforçou que o período de estiagem em 2021 é mais intenso.
“Apesar das diversas ações preventivas realizadas, o clima quente e seco tem intensificado os incêndios. E mesmo com todas as campanhas educativas veiculadas por diversos órgãos e pela imprensa, ainda temos muitos incêndios iniciados de forma criminosa”, informou.
Mas levando em consideração somente incêndios em lotes urbanos, houve uma redução de 19,9% em comparação aos anos de 2019 e 2020, no mesmo período.
Maior demanda
Por ser o município mais populoso na região, Sete Lagoas concentra a maioria dos chamados de incêndios, especialmente em áreas rurais e de mata. Muitos deles foram na Serra Santa Helena, que sempre são considerados graves por se tratar de uma área de preservação ambiental.
Mas outras cidades na região também receberam o alerta do Corpo de Bombeiros, especialmente os municípios de Matozinhos e Santana do Pirapama. Sendo que este último registrou duas ocorrências em grandes áreas, sendo o primeiro com dois dias de duração e o segundo, que se estendeu por 3 dias.
“Existem outros municípios que também preocupam pelo número de ocorrências, como Matozinhos. Além de outros que preocupam pela grande distância da nossa sede, com mais de três horas e pela grande extensão de área rural, como Santana de Pirapama”, disse o 2º Tenente.
O militar enfatizou que uma brigada de combate a incêndios foi montada pela prefeitura de Matozinhos, o que contribui para o atendimento das ocorrências.
O levantamento oficial sobre a extensão territorial destruída pelos incêndios é feito em novembro, quando se encerra o período de estiagem, informou a instituição.
Causas
O Corpo de Bombeiros não aponta uma causa isolada para estes acontecimentos, porque envolve uma série de fatores. Para o brigadista da Serra de Santa Helena, em Sete Lagoas, Anderson Favorito, a crise hídrica e o tempo seco contribuem para o aumento das ocorrências, gerando uma situação atípica em 2021.
“A serra vem sofrendo com as queimadas criminosas, que destroem o meio ambiente. Mas aumentamos o monitoramento, tanto em veículos quanto em drones”, enfatizou.
O tenente Araújo reforça que a ação humana provoca a maioria das ocorrências de incêndios na região, que aliado às condições climáticas, provoca a propagação das queimadas em grandes áreas.
Outra dificuldade relatada pelo bombeiro é o grande intervalo de tempo do chamado período crítico da estiagem, que dura entre a segunda quinzena de agosto e a primeira quinzena de outubro.
Prevenção
Por isso, a prevenção ainda é o melhor caminho, aponta o Corpo de Bombeiros, que realiza a fiscalização de lotes vagos, juntamente com as prefeituras, além de treinar servidores municipais voluntários para apoio em grandes operações.
“No município de Sete Lagoas tivemos a operação ‘Alerta Verde’ no mês de março, em conjunto com a SEMADETUR e Guarda Municipal, onde foram realizadas 130 vistorias em lotes vagos em um único dia. Nos demais municípios, totalizam 452 vistorias realizadas de janeiro a agosto deste ano. O número de ocorrências dessa natureza diminuiu significativamentes”, concluiu.