Em setembro a mídia fala muito sobre o suicídio, que é um momento arbitrário e radical quando uma pessoa em desespero, em dor, tira a própria vida.
Mas aqui quero falar em uma visão mais ampla e mais profunda sobre o tema e talvez você possa entender melhor o que vai ler.
Quando uma pessoa comete um suicídio ela não faz para tirar a vida, ela o faz para ‘arrancar’ a dor que sente.
O sofrimento e a dor é tanta que ela quer se livrar daquilo, de qualquer jeito, quer fazer parar e a única alternativa que ela enxerga naquele momento é tirando a própria vida.
Isso é o ápice da dor do ser humano e não cabe julgamento de forma alguma. É triste, é dolorido e cada pessoa faz aquilo que consegue com a consciência que tem.
Cada um tem os seus processos e lições para experienciar e dar conta do próprio processo evolutivo.
E não nos enganemos porque tem muita gente vivendo, respirando e andando, mas que comete suicídio em “pequenas doses”, a conta gotas, pelo ato recorrente de reprimir a essência, viver de aparência e assim matando o tempo com ilusões.
Cada hora importa, cada minuto é uma oportunidade de viver.
Quantas vezes cometemos suicídio silencioso sendo negligente com a própria vida?
Quantas vezes escolhemos a morte simplesmente por matar o tempo com o que não importa?
Quantas vezes negamos a vida que há em nós por medo que os outros vão dizer?
Quantas vezes não seguimos a vida com responsabilidade, ética e amor próprio?
Quantas vezes perdemos tempo de amar e expressar o amor?
O suicídio é muito mais presente do que imaginamos, mas está velado…
Acontece quando, aos poucos, a conta gotas, vamos tirando VIDA do nosso dia a dia, vamos perdendo o tempo precioso que nos foi dado…
Não estamos aqui à passeio, viemos servir e contribuir com a evolução individual e coletiva. Quando saímos deste propósito é certo que estamos matando o tempo, tirando a vida aos poucos e cometendo suicídio.
Matar o tempo não faz de mim um assassino, faz de mim um suicida a conta gotas, pois o tempo é vida. Viva e aproveite este tempo precioso para viver de alma!
Por Marcos Valério de Jesus
Psicanalista Clínico