Sind-UTE/MG cobra novo secretário para discutir valorização e futuro da educação pública

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O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) solicitou uma reunião com o novo secretário de Estado de Educação, Rossiele Soares, para debater os rumos da educação pública e tratar de pautas históricas que, segundo a entidade, não avançaram durante a gestão anterior.

Prioridades apresentadas

Entre os principais pontos da pauta, o sindicato destaca:

  • Pagamento imediato do Piso Salarial Nacional para todos os profissionais da Educação Básica;
  • Garantia de gestão pública estatal das escolas, sem terceirização, parcerias público-privadas, militarização ou ensino domiciliar;
  • Implementação integral do Plano Estadual de Educação (Lei 23.197/2018), conforme determina o artigo 204 da Constituição Estadual.

Defesa do caráter público da escola

Na justificativa para o encontro, o Sind-UTE/MG lembra que, em seus 46 anos de atuação, construiu uma trajetória de defesa da educação pública, inclusiva e democrática, resistindo a iniciativas que possam fragilizar esse caráter.

O sindicato reafirma a mobilização contra programas como Somar, que terceiriza serviços por meio de Organizações Sociais, e Mãos Dadas, voltado à municipalização do ensino. A entidade também mantém posição contrária às escolas cívico-militares, alegando que o modelo é incompatível com a liberdade pedagógica, a gestão democrática e a função social da escola.

Críticas à gestão e política salarial

A direção da entidade avalia que a Secretaria de Educação tem adotado um modelo administrativo de perfil empresarial, com foco excessivo em resultados, ranqueamento no IDEB e avaliações padronizadas, deixando de lado a dimensão humana e cidadã do processo de ensino.

Outro ponto central é a política salarial. Segundo o Sind-UTE/MG, houve um arrocho histórico: em 2019, o governo pagava 77,51% do Piso Nacional; em 2025, o percentual caiu para 57%. Na prática, a diferença entre o vencimento base do Professor de Educação Básica e o Piso Nacional saltou de R$ 575,19 para R$ 1.946,99 no mesmo período.

A entidade também denuncia que a desvalorização atinge toda a categoria, com salários médios 30% menores do que no início da atual gestão e crescimento expressivo de vínculos precários, que hoje ultrapassam 70% do total.

Reivindicação

Para o sindicato, é urgente estabelecer um diálogo transparente e representativo que garanta valorização profissional, combate à contratação temporária e à terceirização, além de assegurar estabilidade no serviço público.

📌 Fonte: Sind-UTE/MG

📷 Foto: Reprodução/Sind-UTE/MG

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