A síndrome de Moyamoya é uma condição neurológica rara caracterizada pelo estreitamento progressivo das artérias do cérebro, o que compromete o fluxo sanguíneo. Para compensar essa obstrução, o organismo cria vasos sanguíneos finos e frágeis ao redor, que se assemelham a uma “nuvem de fumaça” nos exames de imagem — origem do termo japonês Moyamoya. Essas ramificações, porém, têm alta probabilidade de se romper, elevando o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo a médica integrativa Paula Vinha, de São Paulo, a condição pode causar derrames, sangramentos e sintomas neurológicos como fraqueza, convulsões, desmaios e dificuldades de fala. “O único tratamento é a revascularização, que ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo e a reduzir os sintomas”, explica.
Sintomas e evolução
A síndrome pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais frequente em duas faixas etárias: entre 5 e 10 anos e entre 30 e 40 anos. Os principais sintomas incluem:
- Convulsões recorrentes
- Dores de cabeça persistentes
- Alterações de sensibilidade no corpo
- Déficits de fala
- Episódios de desmaio
Em crianças, a progressão pode trazer sequelas cognitivas importantes. Os vasos formados para compensar o estreitamento são frágeis, o que mantém elevado o risco de AVC ao longo da vida.
Doença x Síndrome de Moyamoya
Os especialistas diferenciam a doença de Moyamoya, considerada idiopática (sem causa definida), da síndrome de Moyamoya, que pode estar associada a doenças autoimunes ou distúrbios genéticos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito, geralmente, por meio de angiografia cerebral, que permite visualizar o estreitamento arterial e a rede de vasos compensatórios. O tratamento é urgente, pois a chance de AVC é alta. A principal opção é a cirurgia de revascularização, que cria novas rotas para o sangue chegar ao cérebro.
Embora não haja cura, a intervenção cirúrgica pode reduzir drasticamente os riscos de eventos vasculares, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. O acompanhamento médico contínuo é indispensável devido ao caráter progressivo da doença.
Impacto na saúde pública
Apesar de rara — com incidência de 0,5 a 1,5 casos por 100 mil habitantes ao ano na Ásia e cerca de 0,1 caso por 100 mil no Brasil — a síndrome de Moyamoya tem alto impacto clínico, principalmente pela possibilidade de gerar incapacidade permanente. O diagnóstico precoce e a intervenção cirúrgica são fundamentais para reduzir sequelas e preservar funções cognitivas e motoras.
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📌 Fonte: Metrópoles
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