Uma tendência crescente entre homens que evitam compromissos afetivos tem chamado a atenção de especialistas: a chamada Síndrome de Simon, sigla em inglês que representa um perfil de homem solteiro, imaturo, materialista, obsessivo e narcisista. Apesar de bem-sucedidos financeiramente, esses homens fogem de vínculos profundos, optando por permanecer solteiros ou em relações superficiais.
Segundo a psicóloga Marcelle Primo, o comportamento pode ter origens diversas, desde traumas emocionais até influência de grupos como os “Red Pills” e os “Incels”. A profissional alerta que a tecnologia e o excesso de opções nas redes sociais contribuem para a idealização de relações irreais e dificultam conexões autênticas.
A especialista também destaca que o medo da rotina, da frustração e das responsabilidades de um relacionamento levam muitos desses homens a adiarem vínculos afetivos com a justificativa de “não ser o momento certo”. No entanto, essa espera pode esconder uma dificuldade emocional mais profunda.
Entre as consequências da Síndrome de Simon estão a solidão na vida adulta, a falta de vínculos duradouros e o sentimento de vazio existencial. Já as mulheres, diante desse perfil, costumam reagir com recusa ou tentando “salvar” o parceiro, o que muitas vezes gera frustração e esgotamento emocional.
A psicóloga reforça que o desejo de estar só não é um problema por si só — o que preocupa é a recusa constante em se vincular, mesmo diante de oportunidades afetivas saudáveis. Segundo ela, a construção de uma vida a dois envolve frustrações, mas também oferece experiências de afeto e pertencimento que não podem ser substituídas.
