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Sociedade Brasileira de Espeleologia questiona fábrica de cerveja em área onde ‘Luzia’ foi encontrada, em Pedro Leopoldo

Por Dentro De Tudo:

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A Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) divulgou um manifesto questionando o licenciamento da fábrica da Heineken em Pedro Leopoldo, na Região metropolitana de Belo Horizonte, em uma área próxima a cavernas e a sítios arqueológicos.

O fóssil humano mais antigo das Américas, a “Luzia”, foi encontrada a poucos metros da planta da unidade. Nesta quarta-feira (6), a Justiça concedeu liminar para que as obras da fábrica continuassem, contrariando o embargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A SBE endossa o parecer da entidade que mostrou preocupação com a preservação do patrimônio espeleológico e cárstico, que fiz respeito às cavernas da região e as reservas calcárias.

O empreendimento, que pretende produzir 760 milhões de litros por ano, causaria danos à área onde foi encontrado o fóssil humano mais atingido das Américas, conhecido como “Luzia”.

Réplica de 'Luzia', fóssil mais antigo das Américas e encontrado em Minas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/Globo Minas

De acordo com documento, o ICMBio alega que “em nenhum momento o empreendedor avalia a compatibilidade do empreendimento com o Decreto de Criação e o seu Plano de Manejo”.

A SBE questiona por que os mapas topográficos que apontam as cavernas Gruta do Nei, Gruta do Cipós, Gruta do Fedo e Abrigo dos Cipós não são mencionados no projeto.

A área do projeto apresentada não leva em consideração a extensão destas cavidades. Há também a preocupação com a água da região, que será utilizada pela fábrica.

“Há trabalhos de hidrogeologia que informem mais detalhes sobre os ambientes subterrâneos na área de interesse do empreendimento? O empreendedor poderia informar detalhes sobre os modelos hidrogeológicos usados para suportar tecnicamente a segurança hídrica e ambiental na extração de águas subterrâneas ora proposta?”, perguntou a entidade.

No dia 21 de setembro, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente disse que “os ritos e normativas foram seguidos e o empreendedor é responsável por implantar as medidas mitigadoras necessárias e propostas à proteção do meio ambiente”.

Fábrica da Heineken fica perto de sítio arqueológico — Foto: Elcio Horiuchi/Arte g1

Fábrica da Heineken fica perto de sítio arqueológico

O processo de licenciamento foi formalizado no dia 28 de junho. A licença prévia e de instalação foi concedida pela Semad no dia 24 de agosto, após deliberação do Copam.

A cervejaria disse à época que que deu entrada na Semad com o pedido de licença ambiental para a construção da cervejaria em abril de 2021. Segundo a empresa, a documentação foi referendada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

A Semad e a empresa não se posicionaram sobre o assunto.

Fonte: Globo Minas.

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