Na busca por soluções mais sustentáveis e eficientes para o transporte urbano, especialistas e movimentos sociais intensificaram a mobilização pela retomada do trem de passageiros na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O objetivo é aproveitar a oportunidade da renovação de concessões ferroviárias para garantir recursos provenientes das outorgas já pagas pelas empresas responsáveis.
Nesta quinta-feira (12), a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu representantes do movimento e especialistas no tema para uma audiência pública. Durante o evento, foi entregue um manifesto solicitando o apoio do Poder Legislativo para impulsionar a causa.
Transporte ferroviário: solução para a mobilidade urbana e o meio ambiente
O transporte ferroviário de passageiros surge como alternativa ao atual modelo rodoviário, que enfrenta esgotamento e contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa. Na RMBH, trabalhadores chegam a gastar até quatro horas por dia no trânsito, com velocidades médias de apenas 10 km/h nos horários de pico.
Segundo o deputado Betão (PT), presidente da comissão e responsável pelo requerimento da audiência, abrir espaço para passageiros nas ferrovias utilizadas majoritariamente para transporte de carga é essencial. “A ferrovia vai trazer um novo momento de desenvolvimento econômico e social no País”, afirmou.
Cristina Maria de Oliveira, do Movimento Pela Volta do Trem de Passageiros na RMBH, destacou a importância estratégica da renovação do contrato da Ferrovia Centro-Atlântica, administrada pela VLI. A proposta do movimento inclui a criação de um fundo nacional para o transporte ferroviário de passageiros, utilizando os recursos gerados pelas renovações de concessões, como já ocorreu com a MRS Logística e a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).
Próximos passos
A mobilização avança com a esperança de que a integração do transporte ferroviário contribua para melhorar a qualidade de vida da população, reduzir os impactos ambientais e transformar a mobilidade urbana na RMBH. A iniciativa agora depende do engajamento político e da implementação das propostas apresentadas durante o debate na ALMG.