O Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do chamado “núcleo 1” da suposta trama golpista, que reúne oito réus apontados como parte central de um plano para tentar abolir o Estado democrático de direito. Entre os acusados estão o ex-presidente da República, ex-ministros e militares de alta patente.
Logo cedo, o entorno do Anexo 2 do Supremo, onde funciona a Primeira Turma, foi cercado por policiais judiciais e reforçado por agentes vindos de outros tribunais e estados. O esquema de segurança conta com uso de drones, cães farejadores, grades de isolamento e barreiras para impedir estacionamento de veículos na Praça dos Três Poderes. Além disso, bombas de efeito moral e de gás estão entre os equipamentos de dispersão prontos para serem utilizados, caso necessário.
A preocupação com possíveis atos de violência aumentou após a prisão, no fim de semana, de um homem de 52 anos acusado de tentar invadir o prédio do STF. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, havia indícios de que ele planejava ações extremistas.
O julgamento atraiu grande atenção. Quase 4 mil pessoas se inscreveram para acompanhar as sessões, sendo 501 profissionais da imprensa nacional e internacional. A cobertura ocorre tanto dentro do tribunal, em espaço limitado, quanto na área externa, onde foi montada estrutura com telão. As sessões também estão sendo transmitidas pela TV Justiça e canais oficiais do STF.
O grupo de acusados responde por crimes como tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e deterioração de patrimônio público. As investigações tiveram início após os atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
Entre as provas reunidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público estão a chamada “minuta do golpe”, impressa no Palácio do Planalto, pressões sobre comandos militares e planos que incluíam até a eliminação de autoridades da República. O processo é considerado o mais sensível dentre as ações penais ligadas aos atos de 8 de janeiro, por envolver o núcleo decisório da suposta tentativa de ruptura institucional.
Foto: AFP
Fonte: O Tempo
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