O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF), numa ação penal inédita por suposta tentativa de golpe de Estado, teve início com uma firme manifestação do relator, ministro Alexandre de Moraes, que destacou a importância da democracia e criticou pressões externas. Após esse discurso, foi iniciada a sustentação oral das defesas — Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres — que rejeitaram categórica e assertivamente qualquer envolvimento em tramas golpistas.
Principais argumentos das defesas:
- Defesa de Mauro Cid: Reforçou a validade de sua delação premiada, negando coerção, e destacou sua colaboração voluntária para a Justiça.
- Alexandre Ramagem: Alegou que os documentos que lhe foram atribuídos não teriam caráter ilegal, mas sim seriam “anotações pessoais” ou compilações de falas públicas de Bolsonaro — sem intenção golpista.
- Almir Garnier: Solicitou a rescisão da delação de Mauro Cid, argumentando que muitas das acusações se baseiam em relatos inconsistentes e não comprovados, sem evidências de participação em reuniões golpistas.
- Anderson Torres: Rebateu a acusação de que teria participado de minutas golpistas ou planejado ações ilegais. Afirmou que sua viagem aos Estados Unidos ocorrera em período de férias predefinido, não sendo um ato deliberado ligado ao processo.
O que esperar na sequência:
O julgamento prossegue nesta quarta-feira (3), com sustentação oral das defesas de Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e do próprio Jair Bolsonaro. A expectativa é que as decisões dos ministros sejam anunciadas na próxima semana, num desfecho que pode representar a primeira condenação de um ex-presidente do Brasil.