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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

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Suspeito de matar sargento Dias denuncia sofrer agressões dentro do cárcere

Por Dentro De Tudo:

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Após denúncia de suposta tortura vivida no cárcere, a Justiça deferiu, na última sexta-feira (8 de março), o exame de corpo de delito de um dos suspeitos de envolvimento na morte do sargento Roger Dias, em Belo Horizonte. A defesa do suspeito de ter atirado contra o militar alega que o cliente teria sofrido retaliações no presídio por parte de policiais penais, o que justificou uma transferência de penitenciária. Ainda segundo o advogado, policiais militares teriam acessado, durante a madrugada, o presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, onde o suspeito estava detido, e supostamente cometido agressões. Atualmente, ele está encarcerado na Nelson Hungria, em Contagem.  

As agressões, segundo o advogado Bruno Rodrigues, teriam ocorrido em 6 de fevereiro. “O meu cliente sofria retaliação dos policiais penais na unidade prisional. Inclusive estavam indo policiais militares lá para agredir o preso. Pegavam o meu cliente, arrastavam ele de madrugada para uma cela isolada, e os outros presos escutavam os gritos de socorro. Fiquei sabendo das agressões por outro preso, que pediu a família dele para entrar em contato comigo”, relata o advogado.

Conforme o defensor, quando teve acesso ao cliente, o homem estava “todo machucado”. “Meu cliente relatou que tomava tapa na cara e sofria outras agressões de policiais militares, que enrolavam blusas nas mãos para não deixar hematomas. Mas o rosto dele ficou todo machucado. Pedimos vários exames de corpo de delito”, detalha.

O advogado relata que o cliente não foi apresentado durante uma audiência de custódia devido às agressões. O ato processual ocorreu no dia 7 de fevereiro, porém, o detento participou remotamente. “Não levaram ele, alegaram que estava com sarna, mas descobri que é mentira. Depois da audiência, fui ao presídio, vi ele todo marcado, pedi acesso à pasta de saúde, não tinha exame de sarna, não tem nada disso. Depois pedi acesso às câmeras de segurança porque recebi informações que no dia, o meu cliente foi levado até a portaria, mas estava todo ensanguentado. Um policial penal disse que não poderia levá-lo daquele jeito porque daria problema para a diretoria. Daí mandaram lavar o machucado e voltaram com ele para cela e não o levaram para a audiência. Mas o presídio não quer fornecer essas imagens”, disse.

Denúncia de retaliação

Conforme um documento apresentado pela defesa do réu, durante uma audiência de custódia, realizada de forma online, o suspeito de envolvimento foi alvo de retaliações. “O réu tentou falar baixo e a juíza não ouvia. Ela reclamou do áudio baixo. O réu então levantou a câmera para mostrar o porquê de falar baixo. Estava sendo vigiado para não denunciar os abusos sofridos”, revela o texto.

A defesa pede para que as próximas audiências não sejam realizadas de forma online. A justificativa é de que seria “impossível para o réu falar abertamente sobre violência dentro de uma unidade prisional”. Os advogados dele consideram que o caso envolve violência estatal.

Transferência

Após a apresentação das alegações da defesa, o juiz do Tribunal do Júri autorizou a transferência do preso para o presídio Nelson Hungria. Ainda assim, segundo Rodrigues, o suspeito continua a sofrer retaliações por parte de policiais penais. Enquanto apura os fatos, a Justiça recomendou que a unidade prisional instale câmeras diante da cela do custodiado, além do exame de corpo de delito. 

O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen), a Polícia Militar e a promotoria de direitos humanos foram oficiados sobre as denúncias. A reportagem procurou a Polícia Militar, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Ministério Público de Minas Gerais, e aguarda resposta.

Fonte: O Tempo.

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