O aumento do diesel em 24,9% nas refinarias, anunciado pela Petrobras nessa quinta (10/3), pode desencadear uma greve dos tanqueiros em Minas Gerais. A categoria se reúne durante o fim de semana para avaliar o cenário, e uma decisão deve ser comunicada à imprensa nesta segunda (14/3).
“Desde que o anúncio do reajuste foi anunciado, a diretoria vem se reunindo com seus associados e entidades representativas dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo de outros estados para tratar do assunto”, informa o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sinditanque/MG).
De acordo com o sindicato, uma assembleia deve acontecer durante o fim de semana para decidir os rumos da categoria. A avaliação é que o reajuste “caiu como uma bomba” no setor.
O presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, José Natan, diz que é preciso união para reagir contra o aumento. “Para voltar tudo ao normal, a única solução é os caminhoneiros do Brasil inteiro se juntarem. É preciso entregar a carga e cobrar o reajuste na chegada. Os autônomos são poucos e deixarão de existir com esse reajuste”, critica.
José Natan diz que o movimento desta sexta (11/3) se concentra, principalmente, em Feira de Santana (BA). “Nós não temos a força de impor que a Petrobras venda o petróleo dela mais barato. Até porque o petróleo tem um acúmulo de outros valores. Mas, tem chance de parar. Só que depende das empresas”, afirma o sindicalista.
Oficialmente, o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) diz não vislumbrar risco de paralisação de caminhoneiros no país por causa do reajuste.
“Nas conversas, embora muito preocupados com o aumento, tenho percebido que eles [os caminhoneiros] estão entendendo o impacto da guerra. E estão percebendo também o esforço feito pelo Congresso em mudar a tributação e pelo governo, em termos de estudo para amenizar o aumento”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
A Petrobras divulgou na quinta que haverá alta de 18,8% para a gasolina, 16,1% para o gás de cozinha e 24,9% para o diesel nas refinarias. No caso do diesel, o valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51.