Táticas de viralização e convites a influenciadores desgastam CPI das Bets, dizem especialistas

Por Dentro De Tudo:

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O comportamento midiático de senadores na CPI das Bets, com foco em influenciadores digitais e uso intenso de “cortes virais”, tem minado a credibilidade da comissão parlamentar de inquérito. Para especialistas, a CPI se distanciou do papel fiscalizador e ganhou contornos “circenses”, o que irritou até mesmo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que cogita não prorrogar os trabalhos.

A convocação de nomes como Virgínia Fonseca, que gerou mais de 1,3 milhão de visualizações em seu depoimento, transformou o Congresso em palco de tietagem e tumultos. Segundo o cientista político Murilo Medeiros, a CPI virou trampolim de autopromoção para parlamentares de menor expressão. “É uma forma de tração eleitoral, mas que esvazia o propósito real da comissão”, afirma.

Para Lilian Carvalho, doutora em marketing pela FGV, a mistura entre audiência das plataformas de apostas — com mais de 1 bilhão de acessos mensais no Brasil — e influenciadores é explosiva: “Os cortes rápidos são a receita para viralização. Isso ultrapassa fronteiras”.

Apesar da visibilidade, os desdobramentos práticos da CPI têm sido limitados. A crítica mais dura veio de dentro: Alcolumbre classificou a comissão como “circense” e sinalizou que o colegiado deve ser encerrado nas próximas semanas.

Com o Parlamento sendo percebido como palco de espetáculo em vez de investigação, especialistas alertam para o impacto negativo na imagem institucional do Legislativo. “A impessoalidade se perdeu. A população começa a ver o parlamento como extensão das redes sociais — e não como espaço de trabalho sério”, conclui Medeiros.

Fonte: G1 / TV Senado

Imagem: Reprodução/TV Senado

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