O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) revelou nesta sexta-feira (7) o resultado da “Operação Saúde”, que fiscalizou 81 unidades hospitalares em todo o estado e identificou uma série de irregularidades. O levantamento apontou problemas graves como banheiros sujos, equipamentos novos abandonados, falta de controle de resíduos, ausência de marcação de ponto dos profissionais e médicos contratados simultaneamente por até 14 prefeituras.
Durante as inspeções, que ocorreram entre 2024 e 2025, os auditores também encontraram hospitais com longas filas de espera, unidades sem vistoria do Corpo de Bombeiros, sem sistemas de energia reserva e até sem ambulâncias. Em alguns locais, os fiscais foram impedidos de entrar, como no Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre, onde houve resistência e até ameaças aos agentes.
A operação mobilizou cerca de 100 servidores do TCE, incluindo 70 auditores, e percorreu as 12 macrorregiões do estado. A fiscalização contou com o uso de tecnologia e inteligência artificial para registrar fotos, vídeos e localizações em tempo real, criando um banco de dados digital acessível ao público. Segundo o tribunal, após as vistorias, as unidades passaram a apresentar avanços: 80% delas passaram a divulgar especialidades médicas, houve aumento de 50% na limpeza de banheiros e maior controle de medicamentos e escalas de profissionais.
Mesmo assim, o TCE-MG classificou as irregularidades encontradas como graves. O Ministério Público de Contas (MPC-MG) acompanhará o caso e poderá aplicar multas ou abrir processos criminais contra gestores públicos e responsáveis pelas falhas. As unidades fiscalizadas terão prazo de até 90 dias para corrigir os problemas apontados.
O presidente do TCE-MG, Durval Ângelo, afirmou que a operação revelou descaso com recursos públicos e falta de comprometimento na gestão da saúde. “Foram muitas irregularidades constatadas, e a população merece saber o que está sendo feito com o dinheiro dela”, declarou, informando que o relatório completo será divulgado no site do tribunal.
Fonte: Jornal O Tempo — Belo Horizonte (MG)
Foto: Daniel Galera / O Tempo



















