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Tecnologia que reduziu em mais de 95% casos de dengue em cidades do Paraná é reconhecida internacionalmente

Por Dentro De Tudo:

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O Controle Natural de Vetores (CNV), método que usa mosquitos machos estéreis Aedes aegypti para a prevenção de surtos da dengue e outras arboviroses (como Zika e chikungunya) com a redução do vetor, foi reconhecido internacionalmente. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa Forrest Innovations, que tem sede operacional no Brasil e comprovou sua eficácia por meio de estudos de campo e intervenções no Paraná. Com o avanço da doença no mundo, potencializada principalmente pelas mudanças climáticas e a urbanização, controlar o vetor é um desafio que muitos países enfrentam.

Artigos com os resultados da aplicação da soltura dos mosquitos Machos estéreis, foram publicados na The Lancet, renomada revista de ciência em medicina e, pela revista médica The Journal of Infectious Diseases, publicada pela Oxford University Press, ambas consideradas relevantes e respeitadas no meio científico do mundo. O artigo publicado na Lancet mostra a eficácia do CNV em Ortigueira, no Paraná, uma cidade com cerca de 21 mil habitantes. Como resultado, houve a redução de 98,7% da proliferação do mosquito no município. 

Os mosquitos Machos estéreis são produzidos por meio de um tratamento químico que inclui em sua composição, RNA dupla fita (Informação a Genética) partir de uma cepa local. Após o período do tratamento, com rigoroso controle de qualidade, os Machos estéreis são colocados em um recipiente específico para serem soltos em pontos pré-definidos na comunidade. O método tem por objetivo que ao acasalarem os Machos estéreis com as fêmeas no ambiente, estas possam continuar seu ciclo natural, no entanto irão, com a produção de ovos que não eclodem e por consequência, não deixam descendentes, interrompendo a cadeia reprodutiva. 

Entre novembro de 2020 e julho de 2022 foram soltos 59 milhões de Machos estéreis em alguns municípios do Paraná. Houve 200 pontos de monitoramento de infestação por meio de ovitrampas, que são armadilhas com as condições ideais para o vetor.

A incidência de dengue em Ortigueira comparada com a de cidades vizinhas, como Grandes Rios, Telêmaco Borba, Imbaú e Tibagi foi entre 6 e 150 vezes menor, com 20 casos por 100 mil habitantes. Tibagi, por exemplo, registrou 3.090 por 100 mil habitantes. A redução foi de 89,1% em comparação com os quatro municípios. 

A implementação do CNV também resultou no sucesso da redução da população de mosquitos e da incidência da dengue em Jacarezinho, no Norte do Paraná. O estudo de campo foi inserido em dois períodos e dois locais diferentes, no mesmo município, o primeiro entre setembro de 2018 e abril de 2019, e o segundo de junho/dezembro de 2019. Na primeira intervenção, foi possível obter redução de 91,4% da proliferação nos bairros tratados, enquanto a infestação continuou em alta nos “bairros de controle”, que são as regiões sem soltura. O artigo aponta que no começo de março de 2019 houve um surto de dengue na cidade. Entre as 29 semanas de aplicação do método, foram registrados 72 casos de dengue nas regiões sem tratamento, e apenas 8 nos bairros com intervenção.

Solução biológica

O CNV, da Forrest, faz uso da Técnica de Insetos Estéreis – SIT – que já é aplicada em outros países. Outras soluções possibilitam o uso de mosquitos geneticamente modificados, ou até mesmo o método wolbachia através da – IC – Incompatibilidade Citoplasmática. Este fenótipo está relacionado com linhagens de WB (wolbachia) diferentes, ou seja, se um acasalamento ocorrer entre indivíduos infectados por linhagens de WB diferentes, a prole será inviável, impedindo assim a transmissão, no entanto considerando as condições atípicas para o vetor, incluindo a temperatura climática muito elevada, inutiliza a bactéria no Inseto passando então a transmitir o vírus das doenças e, ainda o fato de que esta tecnologia ainda não é compatível com o albopictus, o qual também já transmite doenças.

No caso da CNV, produtos de esterilização são utilizados apenas nos mosquitos Machos da área a ser tratada (cepa local) como parte eficiente, ecológica e natural do processo de desinfestação e consequentemente no impacto direto na diminuição dos casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

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