A realização de testes contra a Covid-19 agora será exigida apenas para eventos sociais e futebol profissional em Belo Horizonte. A informação foi confirmada pela prefeitura na noite desta sexta-feira (30) e oficializada em portarias publicadas no “Diário Oficial do Município” neste sábado (31). As novas regras passam a valer a partir de segunda-feira (2).
Até então, com os protocolos divulgados pela prefeitura na última quinta-feira (29), os testes para detectar Covid-19 tinham que ser apresentados também para todo o público participante e funcionários de feiras, congressos, seminários e exposições, além dos teatros e shows. Ou seja, o público teria que arcar com o valor do ingresso e mais o valor de um teste desses, que aumentaria bastante o custo final para assistir a uma peça de teatro ou participar de um congresso, por exemplo.
Essas exigências não agradaram o setor de eventos nem de teatros.
“Hoje, se você testar todos que estão no evento, o custo sobe. Fica inviável. Nós estamos querendo uma retomada segura. Setor de eventos e entretenimento, é permeado por protocolos, nós estamos acostumados a cumprir protocolos, mas desde que seja viável”, disse o presidente da Associação Mineira de Eventos e Entretenimento, Rodrigo Marques.
Essa associação se juntou a outras três – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado de Minas Gerais, Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais e Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – e enviou uma carta ao prefeito, nesta sexta-feira (30), criticando o rigor dos protocolos e pedindo sua revisão.
“A retomada das atividades dos teatros vem ocorrendo de forma segura, consistente, responsável e com o devido planejamento para mitigação dos vários problemas derivados pela pandemia. E, justamente, neste momento de retomada das nossas atividades culturais, após um ano meio de portas fechadas, a Prefeitura de Belo Horizonte retrocede e passa a cobrar (…) a exigência de testes por parte do público. Infelizmente, a exigência é completamente desproporcional e inviável para a continuidade das atividades dos teatros em Belo Horizonte”, diz trecho da carta.
A carta ainda diz que é “incompreensível porque a área cultural e de eventos recebeu essa exigência que inviabiliza sua operação, quando diversos setores que possuem caraterísticas semelhantes ou até de mais riscos nunca tiveram esse tipo de exigência”. E pede a revisão das regras, no que foram atendidos com as novas portarias publicadas neste sábado (31).
Em um ano e quatro meses sem eventos em Belo Horizonte, Rodrigo estima que a associação perdeu cerca de 49% dos associados. A maior parte faliu ou decidiu mudar de atividade.
“Nós fomos o setor mais impactado, e precisamos, agora, ser o mais beneficiado. Até para conseguir ter de volta a confiança das pessoas para irem num congresso, no teatro, numa feira”, afirmou.
Os teatros e shows, que estavam autorizados desde o dia 3 de julho, seguem agora sem a necessidade da realização e testes, com a nova portaria publicada neste sábado (31).