Um tiroteio deixou um homem morto e outras três pessoas feridas na entrada do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 16h desta sexta-feira (8). A Polícia Civil investiga o caso como uma possível execução, suspeitando de queima de arquivo. O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 43 anos, foi identificado como a vítima fatal, sendo conhecido por colaborar com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) em denúncias ligadas ao crime organizado.
De acordo com as primeiras informações, o ataque ocorreu quando Gritzbach chegava ao terminal acompanhado de seguranças, que também ficaram feridos no confronto. Testemunhas relataram que os disparos, com projéteis de calibre 762 e 765, partiram de um veículo Gol preto, que foi abandonado pouco depois em uma comunidade próxima ao aeroporto.
Outro tiroteio foi registrado nas proximidades do Hotel Pullman, perto do aeroporto, o que levou as autoridades a reforçarem a segurança na área. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para socorrer as vítimas, mas Gritzbach não resistiu aos ferimentos e veio a óbito no local.
Vítima era delator e colaborador do Ministério Público
Antônio Gritzbach era um delator ativo do MPSP e vinha colaborando em investigações de lavagem de dinheiro que supostamente envolvem a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele prestava informações sobre esquemas de lavagem de dinheiro através da compra e venda de imóveis e postos de gasolina, além de atividades suspeitas relacionadas a bitcoins e criptomoedas. Segundo fontes próximas à investigação, Gritzbach havia participado de audiências e oferecido informações cruciais ao longo dos últimos seis meses.
O empresário também teria envolvimento com casos de homicídios ligados ao PCC, sendo suspeito de ter ordenado a morte de integrantes da facção, como Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e seu motorista Antônio Corona Neto, conhecido como “Sem Sangue”, em dezembro de 2021. Essa relação com o crime organizado e o papel de Gritzbach como informante do Ministério Público levantam a hipótese de que o assassinato pode ter sido motivado pela tentativa de evitar novas revelações.
Parcerias com a Polícia Civil
Como o crime ocorreu na área externa do aeroporto, a responsabilidade da investigação recai sobre a Polícia Civil, não a Polícia Federal. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e a Divisão de Atendimento ao Turista (DEATUR) estão encarregados das apurações e análise das evidências.
As autoridades informaram que mais detalhes sobre a investigação serão divulgados à medida que o registro da ocorrência for concluído.