Os trabalhadores das escolas particulares de Minas Gerais entraram em estado de greve nesta segunda-feira (8) e anunciaram paralisação para a próxima quinta-feira (11). Representantes dos professores e dos auxiliares da administração escolar reivindicam reajuste salarial e afirmam estar sem aumento há anos.
De acordo com as categorias, em 2020 não houve recomposição, e em 2021 e 2022, o reajuste não repôs a perda da inflação. Dessa maneira, conforme os sindicatos, o salário dos professores está 20,01% defasado e o dos auxiliares 20,33%,
Presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), Valéria Morato afirma que os professores do setor privado estão desestimulados e sobrecarregados.
“O sindicato patronal, em especial o patronal da educação superior, está insistindo em retirar direitos dizendo claramente que querem mais lucros reduzindo os direitos dos professores. Nesse sentido a categoria definiu por um dia de paralisação, na próxima quinta-feira, e vai se reunir em assembleia para garantir que não haja retirada de direitos e que os donos de escola entendam que os pais e estudantes pagam mensalidades altas porque entendem que dentro das escolas tem profissionais valorizados. Por isso, toda a comunidade escolar estará junto com os professores”, afirma ela.
Ainda conforme os sindicatos dos professores e dos auxiliares escolares, neste ano foi oferecido 4,36% de aumento, parcelado em duas vezes, em abril e em outubro. A categoria também teme que os funcionários com mais tempo de serviço percam seus empregos com a proposta de diminuição de 5% para 3% do Adicional por Tempo de Serviço (ATS) para os novos trabalhadores contratados.
Posicionamento
Presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG), Winder Almeida afirma que a greve é um direito da categoria. No entanto, ele frisa que as negociações estão abertas, e que esse é o momento para que haja um acordo.
Apesar de os sindicatos dos professores e auxiliares da administração escolar afirmarem que as mensalidades dos colégios estão cada vez mais caras, Almeida ressalta que as instituições de ensino sofreram muito com a pandemia da Covid-19, e ainda há reflexos dessa época para as finanças.
“Diversas escolas foram fechadas durante a pandemia, e há aquelas que ainda estão pagando empréstimos. Mas estamos abertos a negociações”, afirma.
Fonte: O Tempo.