Em 2024, um ano marcado pela imigração como tema central na eleição presidencial dos Estados Unidos, 516 brasileiros foram deportados, segundo a Polícia Federal. Todos eles retornaram através do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Esses deportados, vestindo roupas brancas e segurando sacos com seus pertences, relataram condições degradantes durante a detenção nos EUA.
Um homem de 34 anos, deportado após dez anos trabalhando ilegalmente nos EUA, descreveu passar meses preso em várias instalações, sem contato frequente com a família. Ele mencionou o tratamento desumano: “Te tratam como se fosse um cachorro amarrado na corrente”.
Outro deportado, um jovem de 24 anos de Minas Gerais, foi pego na fronteira enquanto tentava entrar novamente no país. Ele relatou péssimas condições nos centros de detenção e afirmou ter perdido 10 kg devido à má alimentação e ao estresse.
Uma mulher de 26 anos, fugindo de violência doméstica, tentou entrar pelo mar e enfrentou dias de tentativas frustradas e condições precárias até ser capturada e detida por três meses.
A deportação é uma realidade dura para esses brasileiros, que enfrentam um processo longo e frequentemente sem contato com suas famílias. Muitos expressaram alívio por estarem de volta, mas também a dificuldade de recomeçar suas vidas no Brasil.
Foto: Rafaela Mansur/ g1
