Treinos com o peso do corpo ganham força e mudam a rotina dos brasileiros

Por Dentro De Tudo:

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A busca por autonomia, simplicidade e eficiência está impulsionando a prática da calistenia e de exercícios funcionais fora do ambiente das academias tradicionais. Cada vez mais brasileiros têm adotado treinos com o peso do próprio corpo, como flexões, barras, agachamentos e pranchas, seja como substituição ou complemento à musculação.

Entre os principais motivos para essa mudança estão a falta de tempo, a praticidade, os custos mais baixos e a possibilidade de conquistar independência nos treinos. Esse movimento, que ganhou força durante a pandemia, continua crescendo em todo o país.

De acordo com a 3ª edição do Panorama Setorial Fitness Brasil (2024), 42% das pessoas interrompem atividades físicas por falta de tempo e 28% afirmam não gostar do ambiente das academias. Já 62% dizem se exercitar por escolha própria e apenas 30% ainda preferem os treinos em academias.

Segundo o professor Felipe Kutianski, especialista em calistenia, essa tendência reflete uma busca por mais liberdade e resultados práticos. “As pessoas estão cansadas de depender de academias lotadas, equipamentos e rotinas engessadas. A pandemia acelerou essa virada, mostrando que dá, sim, para treinar em casa, na rua, na praça… usando só o corpo. E funciona”, afirma.

Para o educador físico, os treinos com o peso corporal oferecem benefícios que vão além da conveniência. Eles trabalham o corpo como uma unidade, melhoram movimentos do dia a dia, desenvolvem força, resistência, coordenação e mobilidade, além de exigirem disciplina e respeito ao processo.

Kutianski destaca, porém, que é preciso ter cuidado na hora de iniciar. “Muita gente quer começar fazendo movimentos avançados sem ter estabilidade ou controle postural, e isso pode gerar lesões. O progresso vem da consistência e da progressão inteligente. Pessoas com sobrepeso ou problemas articulares precisam de adaptações específicas, e, mesmo em treinos livres, a orientação profissional faz diferença”, alerta.

Para ele, o fenômeno não é passageiro e já está transformando a forma como as pessoas enxergam a prática de exercícios. “Antes, se pensava que só era possível ter resultado indo à academia. Hoje, cada vez mais pessoas descobrem que podem conquistar força, saúde e condicionamento com movimentos simples e bem feitos. O futuro do fitness é mais livre, mais inteligente e mais humano”, conclui.

Mais informações sobre o especialista em calistenia: @fefokutianski

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