A Porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou em coletiva de imprensa na tarde de terça-feira (9) que o presidente Donald Trump não está considerando novas sanções tarifárias ao Brasil, mas enfatizou a importância da liberdade de expressão. Segundo Leavitt, “a liberdade de expressão é, possivelmente, a questão mais importante do nosso tempo”. Ela destacou que Trump leva esse tema a sério, o que justifica as ações significativas adotadas em relação ao Brasil, incluindo sanções e tarifas, para garantir que cidadãos ao redor do mundo não sejam tratados de forma injusta.
A declaração de Leavitt foi uma resposta a um repórter que questionou se os Estados Unidos estariam avaliando novas sanções ou aumento de tarifas em decorrência do julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal. Embora Leavitt não tenha antecipado ações adicionais, reafirmou que proteger a liberdade de expressão é uma prioridade para o governo Trump, que não hesitará em usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para esse fim.
Na última sexta-feira (5), Trump expressou insatisfação com o Brasil, afirmando que as tarifas impostas foram em resposta ao que o governo brasileiro estava fazendo, sem entrar em detalhes. Ele declarou: “Estamos muito insatisfeitos com o Brasil. As tarifas são muito altas por causa do que eles estão fazendo, o que é muito lamentável”. Trump também mencionou que a relação com o povo brasileiro é boa, mas criticou a mudança radical do governo para a esquerda, que, segundo ele, está prejudicando o país.
Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral, comentou que, apesar da declaração da porta-voz, a leve apreciação do dólar reflete a desconfiança dos investidores em relação a possíveis novas sanções. No momento da declaração de Trump, a cotação do dólar à vista no Brasil subia 0,33%, cotada a R$ 5,43. Miraglia observou que esse movimento leve aumenta a possibilidade de sanções adicionais, especialmente considerando a performance positiva dos títulos do Tesouro americano e da Bolsa.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) divulgou uma nota condenando o uso de sanções econômicas ou ameaças de força contra a democracia brasileira. O Itamaraty afirmou que “o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”. A nota também criticou a mobilização de “forças antidemocráticas” no Brasil que buscam instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais.
Um trecho da fala de Leavitt foi compartilhado na plataforma X pela Embaixada dos EUA no Brasil.
Fonte: InfoMoney/BBC
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