Trump está interessado em se encontrar com Lula, diz autoridade da Casa Branca

Por Dentro De Tudo:

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou interesse em se encontrar com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião pode ocorrer na Malásia na próxima semana, conforme informou uma autoridade da Casa Branca à agência de notícias Reuters. A proposta para um encontro presencial durante uma cúpula no país asiático foi apresentada pelo governo brasileiro no início do mês. Poucos dias depois, os dois líderes mantiveram uma conversa telefônica, na qual Trump descreveu a ligação como “muito boa”.

O presidente Lula embarcou nesta terça-feira para uma viagem à Indonésia e à Malásia, onde participará da reunião da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Há expectativas de que Lula e Trump tenham um encontro reservado durante a cúpula. Auxiliares do presidente brasileiro afirmam que ambas as partes estão dispostas a realizar a reunião na Malásia, e as equipes estão trabalhando para incluir o compromisso nas agendas oficiais. O Itamaraty reservou parte do domingo para que Lula realize reuniões bilaterais, com um encontro já confirmado com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

A equipe de Lula acredita que o encontro entre os presidentes no país asiático depende apenas de um “alinhamento de agendas”. Se concretizado, será a primeira reunião formal entre Lula e Trump desde o início da crise das tarifas. Os dois já conversaram por telefone no início do mês, e tiveram um breve encontro nos corredores da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro, onde Trump elogiou a “química excelente” com o presidente brasileiro.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que um encontro presencial entre os líderes pode elevar as discussões a um novo patamar e é um passo importante para reorganizar a relação entre os dois e a pauta entre os países, após meses de tensão. O Planalto considera que a relação está se destravando, especialmente após uma reunião positiva entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.

Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, justificando a medida como parte de uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a conversa telefônica, Lula pediu a Trump que revogasse essas tarifas, um apelo que deve ser reforçado em uma eventual conversa presencial. Outros tópicos que podem ser discutidos incluem as medidas restritivas contra autoridades brasileiras e a posição de Lula em relação a intervenções na América do Sul, especialmente em relação à Venezuela e Colômbia.

A viagem de Lula à Ásia terá duração de uma semana, começando pela Indonésia. O presidente deve desembarcar no país na tarde de quarta-feira, conforme o horário local. Na quinta-feira, participará de um encontro com empresários e, na sexta-feira, visitará a sede da ASEAN. A cúpula da ASEAN, onde as principais lideranças do bloco se reúnem para discutir cooperação regional e crescimento econômico, ocorrerá no domingo. Lula desembarcará na Malásia no sábado, onde terá reuniões privadas e participará de uma cerimônia de assinatura de atos.

A expectativa é que o encontro entre Lula e Trump aconteça no domingo de manhã, conforme indicado pelo embaixador Everton Frask Lucero, diretor do departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia.

Crédito da foto: Adriano Machado/Reuters; Evelyn Hockstein/Reuters. Fonte: g1.

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