O Sindicato dos Agentes de Segurança Socioeducativos de Minas Gerais (Sindissemg) divulgou nota nesta quinta-feira (25) relatando um tumulto registrado no Centro Socioeducativo de Sete Lagoas, ocorrido em pleno Natal. Segundo a entidade, o episódio não chegou a ser caracterizado como rebelião, mas confirma denúncias antigas feitas pelos servidores sobre riscos à segurança dentro da unidade.
De acordo com o sindicato, agentes que atuam no local vinham alertando, há meses, sobre a possibilidade de um incidente grave, mas os avisos não teriam sido considerados pela direção da unidade nem pela gestão de segurança. Durante o tumulto, os servidores relataram condições adversas de trabalho e informações preliminares indicam que a Polícia Militar de Minas Gerais foi acionada e está no local.
A nota aponta ainda problemas estruturais na unidade, como instalações deterioradas e falta de condições adequadas de funcionamento. Mesmo diante desse cenário, a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo teria avaliado a situação como regular e cogitado a ampliação do número de adolescentes atendidos, com abertura de um novo núcleo, decisão considerada arriscada pelos trabalhadores.
Outro ponto destacado pelo Sindissemg é a fragilização da atuação dos agentes. Segundo o sindicato, afastamentos têm ocorrido a partir de denúncias feitas por adolescentes, sem apuração prévia ou garantia de contraditório e ampla defesa. Conforme os relatos, essa prática compromete a autoridade funcional dos servidores e impacta diretamente a segurança da unidade.
A entidade afirma ainda que tentou, por três vezes, a realização de audiências públicas para tratar do tema, conforme registros na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas os encontros não teriam ocorrido, sem explicações claras.
Para o sindicato, o episódio registrado no Natal evidencia um problema estrutural no sistema socioeducativo estadual. A nota finaliza questionando até quando os trabalhadores e a sociedade irão lidar com os efeitos da falta de planejamento, da má gestão e do que classificam como desconsideração dos alertas técnicos feitos ao longo dos anos.
Fonte: nota enviada à Globo Minas, cedida ao Por Dentro de Tudo















