Minas Gerais é o Estado que mais cresce no turismo, com o melhor desempenho nacional no índice de atividades do setor, aponta uma recente pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Entre maio e junho deste ano, o Estado cresceu 19,7% na área, o maior índice do País, superior à média nacional (11,9%).
Esses dados foram apresentados pelo presidente da Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Mauro Tramonte (Republicanos), na audiência pública realizada nesta quarta-feira (13) para debater o intercâmbio e a internacionalização do turismo e da gastronomia estaduais.
Autor do requerimento que deu origem à reunião, Mauro Tramonte ressaltou que “as riquezas dos destinos e da cozinha mineira devem ser apresentadas para todos os países e, com isso, garantir o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva desses setores”. Ele saudou ações promovidas pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, como o programa Reviva Turismo.
Mauro Tramonte ainda destacou a tramitação do Projeto Lei (PL) 1.157/19, de sua autoria, que tem o objetivo de contribuir para a divulgação do turismo, da gastronomia e da cultura de Minas Gerais para todo o mundo.
O deputado Professor Cleiton (PSB) citou diversos produtos mineiros de exportação “de alta qualidade”, como o café, o trigo e o azeite. Ele também abordou a riqueza cultural do Estado, lembrando conversa que teve com um professor da Universidade de Lima (Peru) que, ao visitar a região de Ouro Preto (Central), teria se impressionado com as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde, comparando-os a grandes artistas renascentistas.
Gastronomia e acolhimento
O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, ressaltou que, nos últimos três meses, o turismo gerou mais de 12 mil empregos em Minas. Dados de julho deste ano apontaram cerca de 2 milhões de turistas circulando no Estado, o que, na visão do gestor, traria resultados surpreendentes para a economia mineira.
Leônidas Oliveira informou que cerca de 30% dos turistas que vêm a Minas o fazem por causa da gastronomia local e lembrou que, em levantamento feito com turistas em 2020 pela plataforma Booking, o Estado foi classificado entre as dez regiões mais acolhedoras do Planeta. “Este acolhimento tem muito a ver com o sentido que nós queremos internacionalizar, que é o receber na cozinha mineira”, disse.
O secretário também elogiou prêmios recentemente concedidos a produtos mineiros, como queijos e azeites, registrando a riqueza dos cafés, das cachaças e dos doces. Por fim, salientou que, recentemente, a secretaria criou um escritório de representação de Minas em Portugal, que funcionará como “porta de entrada” para a Europa.
Já a subsecretária de Turismo e Gastronomia, Milena Pedrosa, destacou ações como o citado programa Reviva Turismo, que recebeu um investimento de R$ 35 milhões para a promoção de Minas em três eixos: Minas para Minas, Minas para o Brasil e Minas para o Mundo, este a ser implementado em 2022. Ela ressaltou que o Reviva Turismo visa, ainda, garantir “a geração de 100 mil empregos e colocar o Estado como um dos principais destinos do País”.
Representantes consulares endossam vocação turística do Estado
“Eu vejo Minas Gerais como uma grande potência mundial do turismo. Nós, enquanto corpo consular, vamos trabalhar junto ao Governo do Estado e a esta iniciativa da Assembleia para que Minas possa ser divulgada e conhecida por todo o mundo”, afirmou o cônsul honorário da Eslováquia, Renato Werner Queiroz.
A atividade também contou com a participação de representantes consulares de diversos países, entre os quais Reino Unido, Estados Unidos, Peru, Vietnã, Alemanha e Coreia do Sul.
O corpo consular foi unânime em ressaltar a vocação turística do Estado, elogiando sobretudo a cultura e a gastronomia locais, além de registrar desejo em ver a expansão do setor para além das fronteiras do Brasil. “A cultura e a culinária de Minas Gerais é invejável para qualquer país”, avaliou o titular do Consulado do Reino Unido, Lucas Brown.
O consul do Vietnã, João Alexandre dos Reis, propôs um trabalho conjunto para “trazer as potencialidades do corpo consular para visibilizar Minas”. Sugestão endossada na fala do representante da República Tcheca, Luiz Antônio Guadalupe.
David Antonio Chumo, consul do Peru, citou ações e iniciativas daquele país, inclusive tendo a culinária como âncora, que trouxeram crescimento turístico, ressaltando o envolvimento de diversos setores e do poder público.
Apoio e normas
A capacidade e as possibilidades do Estado para internacionalizar o turismo e a gastronomia estiveram presente também nas falas dos representantes de diversas entidades que atuam em atividades ligadas ao turismo e à gastronomia em variadas regiões de Minas Gerais.
Relembrando os impactos da pandemia no setor, o presidente da Expocachaça, da Brasil Bier e do Centro Brasileiro de Referência à Cachaça, José Lúcio Ferreira, frisou a importância do apoio do poder público para a retomada do crescimento.
A necessidade de leis mais atualizadas também foi citada, sobretudo em relação à cadeia produtiva do queijo, como enfatizou o presidente da Associação Mineira de Queijo Artesanal e da Associação dos Produtores de Queijo Canastra, João Carlos Leite.
Avanço nas normas dos setores aéreo e de incentivo a cooperações internacionais foi uma das reivindicações de Filipe Alves, vice-presidente da Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (Fecitur). Ele também pediu que se trabalhe para ampliar a operação de linhas diretas da Europa e dos Estados Unidos para Belo Horizonte e para aumentar o fluxo geral de voos internacionais no Estado.