Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para o conclave que escolherá seu sucessor. A palavra “conclave” vem do latim cum clavis — “fechado à chave” — e faz referência ao isolamento dos cardeais durante o processo de eleição papal.
A tradição do conclave remonta ao século XIII. Em 1241, os cardeais foram trancados por um político romano insatisfeito com a demora na escolha do novo papa. A eleição mais longa da história durou quase três anos, entre 1268 e 1271, e só terminou com a escolha de Gregório X, que então oficializou o conclave como regra com a bula papal Ubi periculum.
O último conclave, que elegeu Francisco em 2013, durou apenas dois dias e cinco votações. Agora, 135 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição — entre eles, sete brasileiros:
- Dom Leonardo Ulrich Steiner (Manaus)
- Dom João Braz de Aviz (emérito de Brasília)
- Dom Paulo Cezar Costa (Brasília)
- Dom Orani Tempesta (Rio de Janeiro)
- Dom Odilo Scherer (São Paulo)
- Dom Jaime Spengler (Porto Alegre)
- Dom Sérgio da Rocha (Salvador)
Durante o conclave, os cardeais se reúnem na Capela Sistina e podem votar até quatro vezes por dia. Caso não haja consenso após vários dias de votação, o processo é pausado para oração e reflexão. Se 34 votações forem realizadas sem sucesso, os dois mais votados disputarão um “segundo turno”, mas ainda será necessário obter dois terços dos votos.
Quando um cardeal é eleito, ele é questionado se aceita o cargo. Em caso afirmativo, escolhe um nome papal e se dirige à “Sala das Lágrimas” para vestir a roupa branca. Em seguida, ele é apresentado ao mundo da sacada da Basílica de São Pedro com a tradicional proclamação: “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).