Um em cada cinco alunos do ensino médio da rede estadual de Minas Gerais tem atraso escolar, aponta Secretaria de Educação

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

A cada cinco estudantes que ingressam no ensino médio em Minas Gerais, um apresenta pelo menos dois anos de atraso escolar. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) pelo novo secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares, durante uma coletiva de imprensa.

De acordo com o levantamento, o cenário é ainda mais preocupante quando se analisam disciplinas fundamentais como matemática e língua portuguesa. Apenas 5% dos alunos do 3º ano da rede pública demonstram proficiência adequada em matemática, enquanto 33% atingem o nível esperado em português.

O principal fator apontado para o atraso é a reprovação escolar, que gera a chamada distorção idade/série. “Há diversos fatores sociais que impactam essa realidade. Nosso desafio é equiparar o nível de aprendizagem e, ao mesmo tempo, elevar o desempenho dos estudantes mineiros”, destacou o secretário.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) referentes a 2023, o 1º ano do ensino médio concentra o maior índice de reprovações: 10,6%, número superior à média nacional, de 7,9%.

Para enfrentar o problema, a Secretaria Estadual de Educação lançou o Plano de Recomposição da Aprendizagem, que busca nivelar o conhecimento dos alunos e revisar conteúdos de séries anteriores. “Fizemos um ‘detox pedagógico’, eliminando atividades excessivas para que os professores possam focar no essencial — o aprendizado. Estamos acompanhando de perto as escolas com diagnósticos semanais e distribuição de material didático”, explicou Soares.

Os dados que embasaram o estudo têm como base o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2023. O novo exame começará a ser aplicado em Minas Gerais a partir de 22 de outubro, abrangendo 3.407 escolas estaduais e impactando 80% dos 1,6 milhão de alunos matriculados.

O secretário ressaltou ainda que a participação dos estudantes é fundamental: “O Governo Federal exige pelo menos 80% de participação. Os resultados interferem diretamente nos recursos destinados ao Estado, que podem variar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões por ano, conforme o desempenho nas avaliações.”

Crédito da foto: Pixabay (imagem ilustrativa)

Fonte: Jornal O Tempo

Encontre uma reportagem