O consumo indiscriminado de anabolizantes, especialmente entre jovens, tem se consolidado como um risco silencioso para a saúde cardiovascular. Essas substâncias, estruturalmente semelhantes à testosterona, são utilizadas para ganho muscular, melhora de desempenho físico e fins estéticos, mas podem provocar graves alterações metabólicas.
O tema foi escolhido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para marcar o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto. Segundo a entidade, os esteroides anabolizantes reduzem o HDL (colesterol “bom”), elevam o LDL (colesterol “ruim”), aumentam a resistência à insulina, favorecem o acúmulo de gordura visceral e contribuem para a síndrome metabólica — fatores que elevam significativamente o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Estudos recentes reforçam a preocupação. Pesquisa publicada na Sports Medicine Open revelou que muitos praticantes de musculação utilizam, sem supervisão médica, combinações de esteroides, insulina e hormônio do crescimento, apresentando alterações no perfil lipídico e hepático. Outra análise, na Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, apontou que os efeitos adversos podem persistir mesmo após a interrupção do uso, mantendo os riscos por alterações hormonais e inflamatórias prolongadas.
De acordo com o endocrinologista Márcio Weissheimer Lauria, coordenador do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da SBEM, cerca de 6,4% dos homens no mundo já utilizaram anabolizantes, percentual maior entre frequentadores de academias. Há registros de infartos em usuários com menos de 40 anos e sem histórico familiar da doença.
Com a campanha, a SBEM alerta que estética e saúde não devem entrar em conflito. “A estética não pode custar a vida. É fundamental buscar informação de qualidade e acompanhamento médico antes de qualquer intervenção que afete o metabolismo”, reforça Weissheimer.
Crédito da foto: Sebastian Kaulitzki/Science Photo Library/Getty Images
Fonte: Metrópoles
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