A taxa de vacinação contra a gripe em pessoas acima de 60 anos caiu para 50% em 2024, marcando uma redução significativa em relação ao ano anterior, quando o índice era de 63,3%. Pela primeira vez, a imunização desse público foi menor que a de gestantes e crianças, o que preocupa especialistas da área da saúde.
A baixa adesão à vacina pode ter contribuído para o aumento expressivo de casos graves e mortes entre idosos. Dados do sistema de vigilância epidemiológica indicam que um a cada cinco idosos internados por gripe no Brasil em 2024 não resistiu à doença. A taxa de letalidade nessa faixa etária chegou a 21,7%, quase quatro vezes maior que a observada em pessoas com menos de 60 anos, que registraram 6% de óbitos.
Além disso, o número de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave causada pela influenza cresceu 189% entre idosos na comparação com 2023. As internações em unidades de terapia intensiva também aumentaram 187%. Esses dados reforçam a vulnerabilidade desse grupo diante da gripe, especialmente devido ao processo natural de envelhecimento do sistema imunológico, que reduz a capacidade de resposta contra infecções.
Especialistas explicam que, além das complicações respiratórias como pneumonia e insuficiência respiratória, a gripe pode desencadear problemas cardiovasculares graves. A inflamação provocada pelo vírus pode afetar os vasos sanguíneos, aumentando o risco de hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral.
Para conter o avanço da doença, o Ministério da Saúde anunciou o início da campanha nacional de vacinação contra a influenza para 7 de abril. A meta é imunizar 90% dos grupos prioritários, que incluem idosos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, pessoas com doenças crônicas, profissionais da saúde e professores.
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Fonte: Ministério da Saúde