O varejo de Minas Gerais está apostando em desempenho superior nas vendas da Black Friday este ano na comparação com 2022. Os motivos para o resultado melhor são vários, entre eles, a melhora na geração de vagas de emprego e a redução da inflação e dos juros.
A perspectiva do vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Fernando Cardoso, é que a data mantenha o ritmo de comercialização das datas comemorativas importantes para o varejo, com altas que estão oscilando de 2% a 4%. “Todas elas tiveram crescimento na comparação com o ano passado”, observa.
Para ele, a tendência é que tanto a Black Friday como o Natal tenham resultados melhores frente ao desempenho das mesmas datas em 2022, graças ao cenário econômico favorável, além do impacto do programa do governo federal Desenrola Brasil.
Esses fatores ajudaram os consumidores da capital mineira na quitação das dívidas em agosto, com crescimento de 9,92% frente igual mês do exercício passado, conforme levantamento da CDL-BH. Foi o terceiro mês consecutivo em que foi registrado crescimento do indicador.
Cardoso observa que a Black Friday tem uma particularidade que é o maior tíquete de compra, com destaque para comercialização de produtos como eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Dessa forma, muitos consumidores acabam optando pelo parcelamento, que é impactado positivamente pela redução da taxa de juros.
“Alguns consumidores podem até antecipar as compras voltadas para o Natal na Black Friday. Só que a data é encarada mais como uma oportunidade de compra, é uma data promocional, que faz com que o consumidor acompanhe o preço dos produtos que ele deseja comprar”, diz. Já o Natal, segundo ele, tem a característica de ser uma data afetiva e festiva, voltada para presentear familiares e amigos.
Pesquisa realizada pela Mfield sobre a expectativa de compra durante o período mostra que 32,2% da população brasileira pretende aproveitar os descontos disponíveis na data.
Sutil
O economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Paulo Casaca, também aposta em desempenho superior nas vendas da Black Friday em 2023 frente 2022. “Estamos numa situação melhor que a do ano passado”, diz.
Apesar da perspectiva positiva, ele não aposta em números expressivos. “Deve ser uma melhora sutil”, frisa. Ele ressalta que o ano passado foi turbulento em razão das eleições.
Além de não contar com esse componente, 2023 tem fatores que devem contribuir nas vendas para a data, conforme o economista, como queda no desemprego e perspectivas de redução da inflação.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), atesta o bom cenário para o emprego no Estado, já que mostra que Minas Gerais criou 15.237 postos de trabalho formais em agosto e manteve, pelo sétimo mês consecutivo, um saldo positivo.
Além disso, economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção para a inflação, conforme mostrou o boletim semanal Focus na última segunda-feira (16), na esteira de uma leitura mais baixa do que o esperado do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) na semana passada. Agora, o mercado espera alta de 4,75% dos preços ao consumidor em 2023, contra estimativa anterior de 4,86%.
Outro dado positivo é o volume de vendas no comércio varejista no Estado que avançou 4% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte: Diário do Comércio.
