A variante Delta do SARS-CoV-2 (B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020, já está presente em Matozinhos e em vários outros municípios mineiros. A confirmação na cidade foi feita na tarde desta sexta-feira (03) pela Secretaria de Saúde.
No mês de agosto, o Secretário de Estado de Saúde Fábio Baccheretti confirmou que já existia a transmissão comunitária dessa nova cepa do vírus, por essa razão, era preciso avançar com a campanha de vacinação em Minas Gerais.
Para se ter uma ideia, em julho de 2021, já havia uma predominância global da variante em quase 90% das amostras a nível global. Segundo dados divulgados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Identificação da Delta é mais difícil?
O paciente com a variante Delta apresenta sintomas que parecem uma gripe e são semelhantes com outras variantes, como dor no corpo, coriza e tosse seca.
“A dificuldade neste momento é que os sintomas parecem, às vezes, com alergia e quadros respiratórios que muitas vezes as pessoas atribuem ao tempo frio”, explica Raquel Stucchi, infectologista professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O teste é o mesmo?
Para Stucchi, os meios diagnósticos são os mesmos. “Tanto o RT-PCR, quanto a pesquisa de antígeno também. São os mesmo exames que usamos para identificar a Covid-19 e que fizemos nesses 18 meses”.
A orientação é de que qualquer pessoa com sintoma respiratório ou com qualquer quadro gastrointestinal como náuseas e diarreia procure um laboratório ou unidade básica para realizar os testes.
A Delta é mais transmissível?
Sim, a variante é mais transmissível. “No SARS-CoV-2 original, a transmissão era de duas para três pessoas (a cada paciente) e a variante Delta transmite para cinco a oito pessoas. Inclusive em ambientes abertos, o que não acontecia com outras variantes”, diz a infectologista.
Ela será predominante no Brasil?
A especialista prevê que a Delta deverá ser a predominante no Brasil, assim como ocorreu em outros países.
As vacinas estão respondendo à Delta?
“A variante Delta tem uma tolerância maior à vacinação. Então, a primeira dose de qualquer vacina é muito ‘ruim’ e confere quase nenhuma proteção contra a Delta. Precisamos ter a vacinação completa para diminuir o risco de adoecimento pela variante”, afirma Stucchi.
Vale lembrar que o uso de máscara, distanciamento social e higienização são eficazes para bloquear o vírus que causa a Covid-19, e todas as suas variantes.