Variante gama do coronavírus é a mais predominante em BH em 2021 até agora

Por Dentro De Tudo:

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A variante gama do coronavírus, também chamada de P.1, foi a mais predominante em Belo Horizonte nos sete primeiros meses de 2021, segundo um balanço divulgado pelo Laboratório de Biologia Integrativa, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A cepa é conhecida por ser mais transmissível e conter uma carga viral elevada.

De acordo com o levantamento, de 504 amostras analisadas, 381 eram da variante gama (P.1), 104 da zeta (P.2) e 19 da variante alfa (B.1.1.7).

Na semana passada, os pesquisadores também identificaram dois casos da variante delta do coronavírus na capital – ambos os pacientes tinham retornado de viagem do Reino Unido. Eles passam bem.

Frequência das variantes do novo coronavírus em Belo Horizonte — Foto: Laboratório de Biologia Integrativa (LBI), da UFMG

Frequência das variantes do novo coronavírus em Belo Horizonte — Foto: Laboratório de Biologia Integrativa (LBI), da UFMG

Segundo o coordenador do Laboratório de Biologia Integrativa, professor Renan Pedra, há indícios de que a gama seja mais letal e tenha contribuído para grande parte das mais de 550 mil mortes por Covid-19 confirmadas no Brasil.

“Ela pode ter contribuído para o que a gente chama de segunda onda, quando houve uma mudança do perfil clínico. A gente observou pessoas mais jovens hospitalizadas, e a gama realmente parece ter contribuído com isso”, afirmou o pesquisador.

Embora Belo Horizonte tenha apenas dois casos confirmados da variante delta, para Pedra, a transmissão comunitária da cepa na cidade é apenas “uma questão de tempo”. Ele destaca o que vem acontecendo no Rio de Janeiro, onde a delta já é responsável por quase metade dos casos atuais de Covid-19.

Um documento divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos responsável pelo combate às pandemias, informou que a variante é tão transmissível quanto a catapora. Isso significa que ela se espalha mais que o ebola, todas as versões anteriores do coronavírus, a gripe comum e a varíola.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Minas Gerais tem, até o momento, quatro casos confirmados da variante delta: os dois em Belo Horizonte, um em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e um em Virginópolis, na Região do Rio Doce.

Pedra ressalta que os cuidados preventivos, como distanciamento, higiene pessoal e uso de máscara, são os mesmos contra qualquer cepa do coronavírus e que as vacinas são eficazes. O pesquisador destaca, ainda, que a manutenção das medidas sanitárias é essencial para evitar novas variantes.

“O surgimento de novas variantes está diretamente associado à cadeia de transmissão. Quanto mais o vírus se replica, maior a probabilidade que uma nova variante surja. A gente precisa impedir que cadeias de transmissão permaneçam ativas para que não tenhamos novas variantes, eventualmente até mais complicadas do que a delta”, conclui.

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