Em entrevista exclusiva ao quadro Café com Política, da rádio Super 91,7 FM, na manhã desta quinta-feira (2), o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, comentou, pela primeira vez, a variante Mu, identificada na Colômbia em janeiro e que foi notícia esta semana após a OMS mantê-la como “variante de interesse”, por possivelmente resistir a vacinas.
Na opinião de Baccheretti, esta cepa ainda não causa preocupação no Estado, mas deve ser observada, assim como outras, como a delta, essa sim, comprovadamente mais transmissível e que gera temor em cientistas de todo o mundo. “Novas variantes são descobertas o tempo todo em estudos genômicos. A diferença é notar se é uma mutação isolável e não replicável. A UFMG (por exemplo) encontrou, em Belo Horizonte, uma cepa nova, mas ela foi muito pouca encontrada, foi uma achado sem relevância epidemiológica”, lembrou o secretário. “Entra a variante existir e se propagar a diferença é grande. A maioria das vezes isso não aconteceu. Há várias cepas que surgem, o vírus muda muito”, completou.
Ele também ressaltou que o melhor caminho para evitar variantes que causem preocupação é a vacinação completa. Atualmente, a estimativa é que ao menos 1 milhão de mineiros não voltaram aos postos para tomarem a essencial segunda dose. “O ponto fundamental é sempre a vacinação com duas doses. A variante só surge com a mutação do vírus. Se a gente bloqueia a transmissão, com a imunidade de rebanho, ele para de se replicar, reduz muito essa replicação, e o risco de vir uma nova variante e ser mais resistente cai muito”, comentou. “O foco no mundo é a vacinação com duas doses, não tem caminho, fazemos mais estudos genômicos, mas o cuidado é o mesmo, distanciamento, álcool em gel. Não existe segredo pra vírus, é diferente da bactéria que tem antibiótico, o vírus basicamente se combate com vacina”, disse.
Na mesma entrevista, Baccheretti revelou que os adolescentes de Minas Gerais terão intervalo de dois meses entre a aplicação de doses da Pfizer.
A Mu
A variante B.1.621, de acordo com a nomenclatura científica, continua classificada como uma “variante de interesse”, indicou a OMS em seu boletim epidemiológico semanal sobre a evolução da pandemia, publicado na noite de terça para quarta-feira. A variante tem mutações que podem indicar resistência às vacinas e mais estudos serão necessários para entender suas características, explicou a organização.
Quatro das variantes foram classificadas pela OMS como “preocupantes”, incluindo a Alfa e a Delta, enquanto outras cinco foram classificadas como “de interesse”, como a Mu. (Com AFP)